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Marinha intercepta barco de jornalistas perto de onde Temer viaja

Temer passa o fim do ano na Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro, e teria pedido que sua privacidade fosse garantida

Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro (Asleal76/Wikimedia Commons)

Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro (Asleal76/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de dezembro de 2016 às 14h35.

Última atualização em 30 de dezembro de 2016 às 14h36.

Uma equipe da Marinha do Brasil interrompeu na manhã desta sexta-feira, 30, o trabalho de cobertura jornalística da visita do presidente Michel Temer à Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro.

Os marinheiros abordaram e escoltaram para longe da área onde está o presidente uma lancha alugada por equipes de reportagem para tentar registrar a presença de Temer.

Ele passa o fim do ano em uma instalação militar na região. Os militares submeteram o barco a uma vistoria rigorosa e alegaram que faltava o Documento de Identificação da Embarcação (DIE), que teria sido esquecido pelo tripulante.

Os jornalistas foram deixados em um ponto distante, que inviabiliza o trabalho de reportagem, enquanto o barco foi levado à delegacia da Capitania dos Portos, supostamente para ter regularizada sua situação. Até o início da tarde, não voltara.

A lancha era ocupada por profissionais do Estado, Folha de S. Paulo, O Globo e TV Bandeirantes. Além da documentação, foram checados coletes salva-vidas, luzes e extintores de incêndio.

O procedimento é parte do esquema de segurança na área, comandando pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência por causa da presença do presidente. Foi a segunda abordagem ao barco em dois dias.

Na anterior, um militar afirmara que não seria possível ficar a qualquer distância da Marambaia. Os jornalistas presenciaram na quinta-feira, 28, outra vistoria, de um barco com uma família que procurava uma ilha e ignorava a presença de Temer. A lancha foi checada, e seus ocupantes, orientados a se afastar.

Temer desembarcou na Ilha da Marambaia, no extremo oeste da Restinga, na tarde de quinta, 29, com a mulher, Marcela, e o filho, Michel, vindo de Brasília. A viagem foi cercada de segredo.

Funciona na região o Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia (Cadim), e também há um hotel de trânsito da Marinha. A região já recebeu outros presidentes: Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. O esquema de segurança de Temer, porém, parece ser o mais rigoroso.

Enquanto os militares faziam a vistoria do barco com os jornalistas, um grupo passeava à beira da praia na ilha. À distância, não era possível identificar se era a família do presidente.

Temer teria pedido que sua privacidade fosse garantida. A região, na Costa Verde fluminense, é um destino turístico muito apreciado por sua beleza. Como a Restinga é controlada por militares e de acesso restrito a seus familiares e convidados, está muito preservada.

A Marambaia já foi objeto de disputa entre a Marinha e uma comunidade de pescadores e remanescentes de um quilombo, que acusavam os militares de quererem expulsá-los ilegalmente e de forma arbitrária. No fim de 2014, um acordo encerrou o conflito.

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