Brasil

Marina Silva reconhece divisão sobre proteção ambiental, em meio à exploração de petróleo

Ministra defende que o país pode produzir energia limpa e ser um grande exportador de sustentabilidade

Amazônia: região ameaçada por diversos crimes ambientais (Rodrigo Capote/Getty Images)

Amazônia: região ameaçada por diversos crimes ambientais (Rodrigo Capote/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 5 de setembro de 2023 às 18h32.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reconheceu uma divisão entre líderes políticos e econômicos em relação à proteção ambiental. A declaração ocorre em meio ao debate em relação à exploração de petróleo próximo à Foz do rio Amazonas.

"Nossos líderes políticos e econômicos estão divididos, uma parte entende a necessidade de proteção e outra parte ainda vê a Amazônia como um depositário de recursos a serem explorados como se fossem infinitos", declarou a ministra, em cerimônia de celebração ao Dia da Amazônia, nesta terça-feira, 5, no Palácio do Planalto.

Fique por dentro das últimas notícias no Telegram da Exame. Inscreva-se gratuitamente

No discurso, Marina disse que o Brasil pode produzir energia limpa e ser um grande exportador de sustentabilidade.

Em maio, o Ibama negou licença para a perfuração do poço no bloco pela Petrobras. O órgão argumentou, entre outros pontos, que era necessária a realização de estudos de caráter estratégico - a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar - na bacia da foz do Amazonas. O indeferimento da licença foi assinado no dia 17 daquele mês pelo presidente do órgão, Rodrigo Agostinho.

O Ministério de Minas e Energia discordou da avaliação e pediu então o parecer técnico da Advocacia-Geral da União (AGU).

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, já defendeu o empreendimento. No início de agosto, ele disse querer "continuar sonhando" com a exploração de petróleo na região.

Já o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vem defendendo com ênfase a realização de pesquisas exploratórias na Margem Equatorial.

Ambientalistas veem risco de danos aos biomas. No governo, o assunto testa a força e influência de Marina.

A ministra já disse que o processo de exploração de petróleo na região é "complexo", mas defendeu que a última palavra sobre autorização ambiental é do Ibama. Ela já classificou como "injustas" as críticas de que o Ibama teria adotado uma postura política e ideológica ao negar à Petrobras a licença para a perfuração na foz do Amazonas.

No final de agosto, a AGU divulgou parecer técnico favorável a estudos que podem levar à exploração de petróleo na bacia da Foz do Rio Amazonas.

O parecer pela autorização contraria a posição do Ministério do Meio Ambiente.

Acompanhe tudo sobre:Marina SilvaAmazôniaGoverno Lula

Mais de Brasil

Governo quer aumentar número de setores fora do tarifaço

Governo quer ampliar número de setores isentos do tarifaço de Trump, diz Alckmin

Recuperação de áreas degradadas pode contar com R$ 31,4 bilhões

Rio Grande do Sul registra neve em algumas localidades