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Marina Silva reafirma possibilidade de disputar presidência

Neste ano, Marina Silva liderou a criação da Rede Sustentabilidade, partido político que espera seu aval para participar das eleições de 2014


	"É uma possibilidade, mas é algo que temos que definir", declarou Marina durante seu discurso 
 (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

"É uma possibilidade, mas é algo que temos que definir", declarou Marina durante seu discurso  (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2013 às 18h24.

São Paulo - A ambientalista Marina Silva reafirmou nesta quinta-feira, durante o segundo fórum "Efe Café da Manhã", que a disputa pela presidência nas eleições do ano que vem é uma "possibilidade", mas sua eventual candidatura ainda tem que ser definida pelo partido.

"É uma possibilidade, mas é algo que temos que definir", declarou Marina durante seu discurso no debate promovido pela Agência Efe com o apoio do Instituto Cervantes de São Paulo e o patrocínio do Banco Santander Brasil.

Marina, ex-ministra do Meio Ambiente entre 2003 e 2008, durante o mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deixou o PT em 2009, após três décadas de militância, e se filiou ao PV.

Companheira de luta do líder ambientalista Chico Mendes e alfabetizada quando já era maior de idade, Marina começou sua carreira política no Acre, onde foi vereadora, deputada e em sua representação conseguiu uma cadeira no Senado.

Como ministra do Meio Ambiente, recebeu múltiplos reconhecimentos internacionais e após retornar ao Senado aceitou disputar as eleições de 2010, vencidas por Dilma Rousseff, e nas quais a ecologista recebeu quase 20% da votação, com 19,6 milhões de votos válidos.

Neste ano, Marina Silva liderou a criação da Rede Sustentabilidade, partido político que espera seu aval para participar das eleições presidenciais, legislativas e regionais de 2014.

Em seu discurso durante o fórum "Efe Café da Manhã", Marina afirmou que o mundo passa por uma "crise civilizatória", conjunto de cinco crises: a econômica, a social, a política, a ambiental e a de valores.

"As crises civilizatórias não são fáceis de serem entendidas (...) os gregos, os romanos, os egípcios e as civilizações pré-colombinas não foram capazes de notá-las", destacou a ex-candidata presidencial e historiadora.


"Os dois bilhões de pessoas no planeta que vivem em extrema pobreza e comem com US$ 2 por dia estiveram sempre em crise econômica", acrescentou.

Sobre a crise ambiental, Marina ressaltou que essa situação "põe em risco a existência humana" e refutou que a humanidade "sacrifique os recursos de milhares de anos pelo lucro de algumas décadas".

"Uma crise civilizatória exige o melhor do esforço da raça humana", comentou.

A também pedagoga foi a segunda convidada do fórum "Efe Café da Manhã", um ciclo de cafés da manhã com destacadas personalidades da política, da sociedade e da economia que começou no Brasil no último mês de maio com a participação da ministra de Fomento da Espanha, Ana Pastor.

Em sua exposição, Marina Silva enfatizou que "o desenvolvimento sustentável não é uma maneira de fazer, é uma forma de ser. Não é só uma questão ambiental e ecológica, porque não é apenas um conceito, é um conjunto do econômico, social, cultural e ambiental, ao qual eu acrescento a dimensão ética e estética".

Por outro lado, a ambientalista qualificou os protestos sociais que sacudiram o Brasil no último mês como um "movimento de beleza e grandeza" que tem "potencial para mudar" o país e se referiu à "insatisfação" do povo brasileiro com sua "representação" política.

"A corrupção focada em uma pessoa ou partido não tem solução. Por exemplo, quando a inflação era um problema do governo, tínhamos inflação. Quando virou um problema da sociedade, fomos capazes de conseguir a estabilidade econômica", comentou.

A ex-senadora também comentou as agressões à imprensa durante a onda de manifestações de junho que se expandiu a diversas cidades e foi motivada por várias reivindicações sociais.

"A liberdade de imprensa é uma conquista da democracia e deve ser preservada, a imprensa livre é fundamental em qualquer democracia e em qualquer processo de transformação", ressaltou.

O fórum realizado no Instituto Cervantes de São Paulo foi moderado pelo presidente da Agência Efe, José Antonio Vera, e contou com a participação do jornalista Nilsson de Oliveira e de Marcos Madureira, um dos vice-presidentes do Banco Santander.

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