Brasil

Marina critica Dilma por problemas no setor elétrico

Presidenciável afirmou que faltou planejamento estratégico e investimentos em novas fontes de energia na gestão do setor


	Candidata do PSB, Marina Silva: "Temos uma situação em que a falta de visão estratégica está nos levando a poucas fontes de geração"
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Candidata do PSB, Marina Silva: "Temos uma situação em que a falta de visão estratégica está nos levando a poucas fontes de geração" (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2014 às 13h29.

Brasília - A candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira que faltaram planejamento estratégico e investimentos em novas fontes de geração de energia na gestão do setor elétrico do país, que tem sido conduzido há mais de uma década pela presidente Dilma Rousseff.

Questionada durante entrevista à rádio CBN sobre acusações de que a atual baixa oferta de energia hídrica deve-se em parte à sua atuação como ministra do Meio Ambiente durante governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando teria privilegiado as chamadas usinas de fio d'água em detrimento das hidrelétricas a partir de grandes reservatórios, Marina lembrou que estava à frente da pasta quando foram concedidas as licenças prévias para as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio.

“O setor elétrico é responsabilidade dela (Dilma) há 12 anos, como ministra (de Minas e Energia), como chefe da Casa Civil, como presidente da República. Ela esteve nos espaços de poder mais importantes para a agenda de energia. Como podem dizer que a responsável pelos problemas que tem no setor elétrico é uma pessoa que saiu do governo desde 2008?”, argumentou a candidata em entrevista nesta manhã. Marina foi ministra do Meio Ambiente de 2003 a 2008.

"O problema é que nós temos uma situação em que a falta de visão estratégica está nos levando a poucas fontes de geração, e quando não tem as chuvas, que não é culpa de ninguém, aí a gente fica na dependência apenas das termelétricas tradicionais", acrescentou.

A presidenciável aproveitou a entrevista para criticar o que considera ser uma “frente” contra sua candidatura formada por seus dois principais adversários na corrida presidencial: Dilma, que tenta a reeleição pelo PT, e Aécio Neves, candidato do PSDB.

“O que está acontecendo é que há uma situação quase que de desespero por parte dos meus adversários”, disse Marina. “Querem manter tudo no controle entre a polarização PT-PSDB, porque eles se sentem muito confortáveis. É interessante que agora o governador Aécio, a presidente Dilma, eles dois fazem uma frente contra mim”, afirmou.

Aécio, ex-governador de Minas Gerais, utilizou seu programa eleitoral na quinta-feira para reforçar o discurso sobre o que chama de contradições de Marina, afirmando que a ex-senadora muda de posições “ao sabor das circunstâncias”, citando, inclusive, sua passagem pelo PT e eventual "omissão" em relação ao escândalo do mensalão.

Dilma também tem utilizado o espaço obrigatório na TV aberta para criticar a adversária. Seu programa insinuou semelhanças entre Marina e os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello —que não concluíram seus mandatos— para questionar a governabilidade da ambientalista caso seja eleita.

Agronegócio e Etanol

Marina disse ainda que seu governo não vai nem “facilitar nem dificultar” o processo burocrático para licenciamento de defensivos, fertilizantes, vacinas ou novas variedades genéticas, trâmite que recebe críticas do agronegócio, ressaltando a importância de regras claras  para o setor.

“O governo não facilita nem dificulta. Essa linguagem de facilitar é a linguagem que não observa o princípio da Constituição de que o serviço público deve fazer as coisas de acordo com a constitucionalidade, a legalidade”, afirmou a candidata.

“O Estado tem que criar os meios para que as coisas possam fluir de acordo com as regras, que essas regras sejam transparentes, que se tenha agilidade sem perda de qualidade”, disse.

“Os regramentos para que se tenha uma agricultura sustentável em todos os aspectos devem ser observados.” Ao reconhecer a importância da agropecuária para a economia brasileira, a ex-senadora defendeu incentivos tanto à agroindústria quanto à agricultura familiar com crédito, com apoio à ciência, tecnologia e inovação.

Marina afirmou que o setor produtivo do etanol está no “pó” na a gestão de Dilma. As políticas de controle de preços da gasolina atuais, sendo a gasolina um concorrente do etanol, impedem o repasse de custos para o preço do biocombustível, num contexto de aumento dos gastos do setor. “É engraçado que as usinas de cana-de-açúcar fizeram o seu dever de casa, se moldaram às exigências sociais, ambientais, tecnológicas, e hoje eles estão sendo destruídos, o setor de etanol, por políticas erráticas do atual governo”, criticou. (Por Maria Carolina Marcello)

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