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Marido de Grazziotin recomendou doação por caixa 2 à Odebrecht

Eron Bezerra "recomendou" que a doação eleitoral de R$ 1,5 milhão à Vanessa Grazziotin ocorresse via caixa dois, em 2012

Vanessa Grazziotin: a delação serviu de base para a autorização de inquérito contra a senadora e o cônjuge pelo relator da Lava Jato (Vanessa Grazziotin/Facebook/Divulgação)

Vanessa Grazziotin: a delação serviu de base para a autorização de inquérito contra a senadora e o cônjuge pelo relator da Lava Jato (Vanessa Grazziotin/Facebook/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2017 às 13h56.

O ex-presidente da Odebrecht Ambiental Fernando Luiz Reis afirmou que o marido da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Eron Bezerra, "recomendou" que a doação eleitoral de R$ 1,5 milhão à parlamentar ocorresse via caixa dois, em 2012.

Na época Vanessa disputava a Prefeitura de Manaus, mas acabou derrotada no segundo turno por Artur Neto (PSDB).

O depoimento de Reis serviu de base para a autorização de inquérito contra a senadora e o cônjuge pelo relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.

De acordo com Reis, Vanessa o convidou para uma reunião na capital do Amazonas, no dia 24 de agosto daquele ano. No encontro, ela e o marido teriam pedido inicialmente uma quantia maior do que a que acabaram recebendo para a campanha.

O delator afirma que não havia nenhuma contrapartida para o repasse e que era comum a empreiteira "investir" em políticos considerados promissores.

"Não tínhamos nenhum interesse específico, se não o interesse com ela. Uma pessoa capaz, moça, de um partido com o qual a Odebrecht não tinha nenhuma relação e que se mostrava um expoente", contou.

"A gente não tinha um interesse específico em Manaus, o interesse era criar uma relação com um partido que a gente não tinha, uma pessoa jovem, de futuro, isso sim era uma das coisas que a gente fazia que era apostar no crescimento, desenvolvimento de políticos jovens com discurso arrumado", continua em outro trecho.

Em nota, a senadora afirma que as doações feitas para suas campanhas "foram oficiais, declaradas e posteriormente aprovadas pela Justiça Eleitoral".

"Diante da autorização, pelo STF, de abertura de inquérito para investigar as doações da campanha de 2012, quando fui candidata à prefeita, reafirmo que estou tranquila, pois tenho consciência que não cometi qualquer tipo de ilegalidade. Confio que isso será provado a partir das investigações", afirma a parlamentar.

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