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Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2015 às 13h35.
São Paulo - A deputada e ex-ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário (PT-RS) chamou de fascista a declaração do líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), de que o PT deveria ser extinto.
"É uma visão fascista e que não podemos aceitar. Nós podemos ser julgados pelos erros, sim, de pessoas do PT. Mas não podemos aceitar que todos nós que somos petistas sejamos extintos. Temos direito à participação política e esse partido se constituiu com esse direito pela liberdade", disse a jornalistas ao chegar para reunião do diretório nacional na sede do partido, em São Paulo.
Sampaio afirmou durante depoimento do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto à CPI da Petrobras, na quinta-feira, 9, e repetiu em plenário na última quarta-feira, 15, quando Vaccari foi preso, que o Vaccari "tem tudo para ser preso e o PT, para ser extinto".
Maria do Rosário repetiu a argumentação do PT de que o partido vem sendo criminalizado, em meio às denúncias de corrupção na Petrobras.
"Vejam bem que, em 1948, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi jogado na ilegalidade. Em muitos momentos da história partidos foram jogados na ilegalidade em nome do interesse de classes dominantes", argumentou a ex-ministra.
Ao chegar à reunião, que tem entre as pautas principais a definição do sucessor de Vaccari, Rosário se disse esperançosa e inspirada para ajudar a elaborar respostas do PT à sociedade brasileira - lembrando que milhares são militantes do PT pelo País e que milhões ainda confiam na legenda.
A ex-ministra admitiu que o momento por que passa a sigla é grave e disse que é necessário não apenas dar resposta à questão pontual de Vaccari, mas a todo um conjunto de questões.
"Talvez o que o PT mais precise não seja um cavalo-de-pau em direção a outro rumo, mas seja justamente voltar à sua origem e verificar nossas metas, aquilo que nós cumprimos. Somos um partido que fizemos muitas coisas boas para o Brasil", afirmou.
A petista reforçou que o PT é o partido com origem em movimentos sociais e sindicais e que precisa voltar a cultivar esse laço com as ruas.
Sobre Vaccari, Rosário disse genericamente que o partido não deve "ficar atacando seus dirigentes" e comentou brevemente a prisão da última quarta-feira.
Ela ressaltou não ser advogada e não ter o entendimento técnico para definir se a prisão foi injusta, mas afirmou ter estranhado a prisão preventiva de uma pessoa que estava cooperando com as investigações.