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Maré terá 6 UPPs até o fim do ano, diz governador do Rio

Complexo está ocupado desde 5 de abril por 2.700 homens do Exército


	Policial do Bope, o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar, patrulha a Favela da Maré, no Rio de Janeiro
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Policial do Bope, o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar, patrulha a Favela da Maré, no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2014 às 20h05.

Rio - O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou que o complexo da Maré, na zona norte do Rio, que está ocupado desde 5 de abril por 2.700 homens do Exército, vai receber até o fim deste ano pelo menos seis Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

De acordo com o governador, a meta inicial era instalar 40 UPPs até o fim desta gestão, mas ele pretende que cheguem a 45.

Pezão inaugurou nesta sexta-feira, 23, a 38ª UPP, na favela da Vila Kennedy, na zona oeste. Essa foi a primeira unidade que ele inaugura desde que assumiu o cargo, em 4 de abril, substituindo Sérgio Cabral.

A favela da Vila Kennedy foi ocupada em março pelas forças de segurança. A UPP inaugurada ontem conta com 250 policiais militares e vai beneficiar 40 mil moradores em sete comunidades.

Apesar do clima de festa, alguns moradores criticaram a maneira como a polícia age "depois que o governador vai embora".

"Para a imprensa fica tudo bonito. Depois, é a truculência de todo dia", afirmou uma moradora de 36 anos. Ela reclamou ainda da falta de médicos e professores na comunidade.

"A paz facilita a entrada de médicos e professores. Eles não querem trabalhar em área conflagrada. Levantamento da Secretaria da Educação diz que onde há UPP a presença na escola aumentou até 70%", afirmou Pezão.

O governador prometeu voltar à favela com o prefeito Eduardo Paes (PMDB) para apresentar à população "um pacote de benefícios", que incluiria a abertura de agências bancárias.

O comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, coronel Frederico Caldas, disse que "sempre há necessidade de uma integração maior com as comunidades".

"Temos que fazer uma autocrítica. O tráfico era dono do morro, e não pode agora a polícia virar dona do morro. O morro é dos moradores."

Ele disse que em junho o Conselho de Gestão Comunitária de Segurança deve começar a funcionar em duas favelas (Cidade de Deus e Mangueira).

Nesse fórum de discussão mensal os moradores vão definir, por exemplo, se um baile funk será realizado, até que horas pode ter música alta e outras questões que preocupem os moradores. O conselho reunirá ONGs, associações e lideranças comunitárias.

Protestos

O governador Pezão voltou a minimizar o risco de protestos violentos no Rio durante a Copa. "Vamos dar segurança como sempre demos.

Fizemos a Rio 92, a Rio Mais 20, a Copa das Confederações. Agora teremos mais de 20 mil homens na segurança pública. Vamos torcer para que as manifestações sejam pacíficas e para que, caso saiam de controle, consigamos controlá-las".

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