Questão da descriminalização de certas drogas no País também está sendo abordada pelos manifestantes (©AFP / Luis Acosta)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo - O coletivo Marcha da Maconha informou na tarde deste sábado, 8, que a manifestação prevista para percorrer a Avenida Paulista e as Ruas Augusta e da Consolação será pacífica. Para o evento, são esperadas ao menos 5 mil pessoas. Entretanto, o grupo já veio preparado para o possível uso de gás lacrimogêneo e pimenta pela Polícia Militar.
"Trouxemos vinagre e panos para encobrir o rosto em caso de os policiais usarem essas armas", disse uma das organizadoras da marcha, Gabriela Moncau, de 24 anos. "Não temos como confiar no bom senso de uma instituição que não costuma usar dele."
As pessoas que convocaram a ação pediram para ninguém consumir drogas no evento, embora reconheçam que esse controle é impossível. Alguns manifestantes trouxeram ervas como orégano para fumar e protestar.
A PM se defende e argumenta que só fará uso da força se houver a prática de algum crime. "Esperamos que o movimento seja pacífico. É um direito de manifestação", disse o major Elcio Rozano Goes, do Comando de Policiamento de Área Metropolitana 1, responsável pela patrulha do evento.
Duas motos da polícia equipadas com câmeras percorrerão todo o trajeto da marcha para gravar o deslocamento dos manifestantes. No total, 150 policiais acompanharão o percurso.
Em 2011, houve confronto da PM com os participantes do movimento. Na época, a corporação alegava que o grupo não poderia marchar usando palavras e imagens que fizessem apologia a drogas, argumentando que isso era criminoso. No ano passado, porém, o Superior Tribunal de Justiça (STF) interpretou esse usou como legal.
Neste sábado, são vários os cartazes defendendo a legalização da maconha, além de pinturas e camisetas apologéticas.
O mote da marcha neste ano é a repressão envolvendo as mulheres. A bandeira do movimento é feminismo e antiproibicionismo, com a frase "ventre livre e cabeça feita", em defesa da liberdade de escolha do aborto.
"A quem interessa o aborto clandestino? Só a quem lucra com ele, já que ele sempre existirá, assim como as drogas. Um dos motores do capitalismo patriarcal é o controle do corpo da mulher. Estão dando direito ao feto, mas não à mulher", disse ao microfone uma das manifestantes, Terezinha Vicente, de 57 anos, no vão livre do Masp, onde a concentração se iniciou à tarde. Estamos aqui lutando para ser livres, de termos liberdade sobre o nosso corpo. "O que traz a felicidade para cada um, só cada um pode dizer. Liberdade é ter o direito de pensar."
Mas a questão da descriminalização de certas drogas no País também está sendo abordada pelos manifestantes. Em um cartaz levantado por uma jovem era possível ler "O tráfico é contra a legalização das drogas. E você?"
A marcha estava prevista para começar por volta das 16h, e seguir por Avenida Paulista, Ruas Augusta, Antônia de Queiroz, da Consolação, Avenida Ipiranga e Praça da República, onde deverá terminar com shows por volta das 21h.