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Marcha da Classe Trabalhadora de Brasília vai para São Paulo

Secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que o ato mudou de local em razão do peso que a metrópole paulista tem na economia do país


	Manifestação, em março: “É uma coisa que entristece, o jornalismo fica focado no trânsito e não fala da pauta. Não tem como avançar em direitos sem fazer mobilização”, disse secretário-geral da CUT
 (Marcello Casal Jr./ABr)

Manifestação, em março: “É uma coisa que entristece, o jornalismo fica focado no trânsito e não fala da pauta. Não tem como avançar em direitos sem fazer mobilização”, disse secretário-geral da CUT (Marcello Casal Jr./ABr)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 14h54.

Brasília - As centrais sindicais farão a oitava edição da Marcha da Classe Trabalhadora na próxima quarta-feira (9), na capital paulista. A primeira manifestação organizada pelas centrais neste ano terá pautas como a redução da jornada de trabalho sem redução salarial; o fim do fator previdenciário; a correção da tabela do Imposto de Renda e a valorização do salário mínimo. O ato vai começar às 10h na Praça da Sé, no centro, e seguirá em direção à Avenida Paulista.

Em entrevista coletiva para a imprensa hoje (7), Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que o ato, feito tradicionalmente em Brasília, ocorrerá em São Paulo em razão do peso que a metrópole tem na economia do país. O objetivo das centrais, segundo ele, é reunir 50 mil pessoas.

Sérgio pediu aos jornalistas que as pautas levadas pela marcha sejam informadas ao público pela imprensa. “É uma coisa que entristece, o jornalismo fica focado no trânsito e não fala da pauta. Não tem como avançar em direitos sem fazer mobilização”, disse ele.

Por este ser um ano eleitoral, o objetivo das centrais é entregar as reivindicações para os candidatos à presidência, inclusive a Dilma Rousseff. A pauta dos trabalhadores, cuja elaboração foi coordenada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), será entregue também ao empresariado.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, disse que a marcha vai chamar a atenção também para a questão do emprego. “Muitas empresas sinalizam demissões ou têm promovido férias coletivas. Isso é um sinal que nos deixa muito preocupados”, declarou.

Torres reclama ainda que a não correção da tabela do Imposto de Renda prejudica os trabalhadores. “Isso é um crime contra o trabalhador, que está achatando o salário da classe média baixa”, disse. Outro ponto destacado por ele é que setores do governo sinalizam o desejo de mexer na fórmula de valorização do salário mínimo. “Não podemos admitir, de forma alguma, que mexam em uma coisa que está dando certo. O salário mínimo está, hoje, em quase 300 dólares”, declarou.

Ubiraci Dantas, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), defendeu o equilíbrio do câmbio. De acordo com ele, apesar de facilitar as importações, o câmbio atual prejudica as empresas nacionais. Para Ubiraci, outro assunto importante de ser discutido é a privatização da exploração do petróleo na camada pré-sal. “Isso é um crime contra o povo brasileiro”, define.

O presidente da CGTB demonstrou também preocupação com a questão do emprego. “O emprego real na indústria teve 28 meses consecutivos de queda. Precisamos evitar que essa crise se aprofunde”, disse ele.

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