Michel Temer: "Perdemos um poeta de primeira grandeza" (Christopher Goodney/Bloomberg/Bloomberg)
Luiza Calegari
Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 06h47.
Última atualização em 14 de dezembro de 2016 às 10h55.
São Paulo - Em delação à Lava Jato, Marcelo Odebrecht afirmou que a empreiteira pagou R$ 10 milhões ao PMDB a pedido de Michel Temer em 2014, segundo a Folha de S.Paulo.
O depoimento confirma a delação do ex-executivo Cláudio Melo Filho, divulgado no dia 9 de dezembro.
De acordo com a Folha, que teve acesso ao conteúdo da delação, Marcelo Odebrecht falou por pouco mais de três horas na segunda-feira (12), em Curitiba.
Ele teria confirmado que, na presença de Temer (quando ainda era vice), Eliseu Padilha, também do PMDB e hoje ministro da Casa Civil, acertou o pagamento de R$ 10 milhões para a campanha do partido.
Marcelo não deu detalhes sobre como o dinheiro foi pago, diz a Folha; segundo Cláudio Melo Filho, a transação foi feita por Padilha, que pediu que parte dos recursos fosse entregue no escritório de José Yunes, amigo de Temer há 50 anos.
À Folha, os três citados negam ter praticado qualquer irregularidade, e a empreiteira não se manifesta sobre o teor dos acordos.
Segundo a Folha, Emílio Odebrecht, o patriarca da família, também começou a dar seu depoimento no acordo de colaboração com a Lava Jato.
Ele deve detalhar a relação da empreiteira com Lula e Dilma, ex-presidentes do PT.
A Folha afirma que Emílio vai contar como foi o acordo de construção da Arena Corinthians, que teria sido uma espécie de presente a Lula.
Já Marcelo Odebrecht deve contar como pediu a intervenção de Dilma junto à Caixa para ajudar no financiamento da obra.