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Manuela D'Ávila recua e diz que não tem motivos para retirar candidatura

Na semana passada, deputada admitiu a possibilidade de retirar sua pré-candidatura caso os outros presidenciáveis do campo sinalizasem uma unidade

Manuela d'Ávila: "Nós fizemos o gesto. Mas, se não surtiu efeito, não tem porque retirar a candidatura mais jovem da história, da única mulher pré-candidata dos partidos que denunciam o golpe" (Adriano Machado/Reuters)

Manuela d'Ávila: "Nós fizemos o gesto. Mas, se não surtiu efeito, não tem porque retirar a candidatura mais jovem da história, da única mulher pré-candidata dos partidos que denunciam o golpe" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de junho de 2018 às 17h04.

Salvador - A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D'Ávila, afirmou nesta segunda-feira, 11, em visita à Bahia, que não tem motivos para retirar sua candidatura se a tentativa de unir os postulantes da centro-esquerda ao Palácio do Planalto não funcionou.

"Nós fizemos o gesto. Mas, se não surtiu efeito, não tem porque retirar a candidatura mais jovem da história, da única mulher pré-candidata dos partidos que denunciam o golpe. Nós não disputamos eleição para crescer o partido", disse a deputada estadual gaúcha, em palestra na Faculdade de Direito da Universidade Federal do da Bahia (UFBA).

Na declaração, referiu-se ao aceno que fez, na última semana, aos pré-candidatos de centro esquerda. Na ocasião, a deputada admitiu a possibilidade de retirar sua pré-candidatura no primeiro turno caso os outros presidenciáveis do campo sinalizasem uma unidade.

Na passagem pelo Estado, onde rodou o interior - ela já havia passado por Juazeiro, a 502 km da capital baiana, e visitado fábricas em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador - Manuela D'Ávila também afirmou que "a direita brasileira é burra e mentirosa". No discurso, a presidenciável defendeu o papel do Estado para o desenvolvimento nacional e citou os EUA e a Coreia do Sul como exemplos.

"O Brasil precisa discutir o papel do Estado para o desenvolvimento do País. Não conheço nenhum país desenvolvido que tenha chegado aonde chegou sem um Estado forte. A direita brasileira é burra, ela mente nesse debate. Uma parte é limitada e a outra é mentirosa", disse, voltando a defender a taxação dos ricos e, citando a greve dos caminhoneiros e a discussão sobre a política de preços da Petrobras, a redução de impostos sobre o botijão de gás.

A pré-candidata também ironizou o presidente Michel Temer e as pré-candidaturas ligadas ao Palácio do Planalto ao dizer que "o governo Temer procura corpos para reencarnar". "Não basta tirar o Temer, tem que tirar o projeto", discursou Manuela, para uma plateia de militantes da União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao seu partido, e de quadros políticos da legenda na Bahia. Ela foi recebida no auditório com gritos de "Brasil pra frente, Manu presidente".

Estavam presentes os deputados federais Daniel Almeida e Alice Portugal, pré-candidatos do PCdoB a deputado estadual, vereadores da sigla e secretários de Estado indicados pelo partido no governo do petista Rui Costa. No discurso, a presidenciável criticou o modelo de segurança pública do País, "defendido pela elite", e citou os altos índices de morte de jovens negros - ranking em vários estudos e pesquisas liderado pela Bahia, Estado governado pelo PT há 12 anos.

Com uma blusa escrito "Lute com uma garota" e com a filha Laura, de 3 anos, no colo, a presidenciável fez um discurso voltado para o público jovem e fez questão de lembrar que militou na UJS na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Repetiu diversas vezes que defende "um projeto nacional de desenvolvimento" para o País e não deixou de entoar o mantra do "golpe", referindo-se ao impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT) e à agenda de arrocho fiscal e reformas do Palácio do Planalto no governo Michel Temer.

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