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"Mantega pediu para sair por questões pessoais", diz Dilma

Candidata à reeleição, Dilma não quis se comprometer com mudanças na política econômica, se vencer a disputa


	Na semana passada, Dilma afirmou que, em caso de "governo novo", haverá "equipe nova" e sugeriu que isso incluía a substituição do titular da Fazenda. A declaração causou mal-estar
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Na semana passada, Dilma afirmou que, em caso de "governo novo", haverá "equipe nova" e sugeriu que isso incluía a substituição do titular da Fazenda. A declaração causou mal-estar (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 09h30.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff confirmou nesta segunda-feira, 8, ao participar da série Entrevistas Estadão, que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixará o cargo, no fim do ano, e não permanecerá no governo, em caso de segundo mandato. Dilma ressalvou, porém, que a saída acontecerá "a pedido" de Mantega "e por questões eminentemente pessoais". Ela pediu que todos respeitassem a decisão do auxiliar.

Candidata à reeleição, Dilma não quis se comprometer com mudanças na política econômica, se vencer a disputa. "Vai haver mudanças porque o país se preparou para elas", disse a presidente, de forma evasiva, sem apontar quais alterações pretende fazer. Assegurou apenas que haverá "melhora de gestão" e de resultados.

Na semana passada, Dilma afirmou que, em caso de "governo novo", haverá "equipe nova" e sugeriu que isso incluía a substituição do titular da Fazenda. A declaração causou mal-estar e muitas especulações.

Há oito anos e meio no cargo, desde o governo Lula, Mantega ficou magoado com a presidente. Na sexta-feira, 5, ela mandou dois emissários para conversar com o auxiliar e reverter a situação. Dilma também se encontrou no domingo, 7, com Mantega, no Palácio da Alvorada, e as dúvidas foram esclarecidas. De acordo com a presidente, o problema já está superado.

Sempre de forma superficial ao falar da política econômica, Dilma declarou que não planeja repetir sua própria receita. "Eu não vou aplicar, literalmente, tudo igual ao que eu venho fazendo." Diante dos questionamentos sobre o que mudaria na política econômica, preferiu falar em alterações na política de segurança pública.

Incentivos

Mais adiante, a presidente afirmou que o país "tem condições de diminuir uns incentivos (fiscais), mas outros não". Avisou, ainda, que seu compromisso será com o trabalhador. "Nós vamos continuar focados em emprego e garantia do salário."

Na tentativa de se contrapor às declarações do ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, apontado pelo candidato do PSDB, Aécio Neves, como seu ministro da Fazenda, em caso de vitória, Dilma acabou mandando um recado ao tucano. "Eu não concordo, como alguns acham, que a raiz da inflação é a política de valorização do salário mínimo", provocou.

Para a presidente, "nos últimos anos" o governo tem procurado recuperar o valor do mínimo. "Nós estamos só recuperando a queda brutal do salário real que houve no país, no período anterior ao Lula", disse ela. "A produtividade agora aumentou. Aumentando a produtividade, aumentou o salário."

Dilma citou problemas econômicos enfrentados por Alemanha e França e lembrou que "a Europa fez uma política duríssima" de austeridade. "Cortou gasto, salário, emprego, e não dá um único passo à frente".

No seu diagnóstico, o governo enfrentou a crise mantendo benefícios à população e investimentos em infraestrutura.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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