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Mantega: guerra cambial traz protecionismo disfarçado

Mantega disse que ao jogarem US$ 600 bilhões no mundo, os Estados Unidos escancararam a guerra cambial

O ministro da Fazenda disse que o Brasil condena qualquer tipo de protecionismo, inclusive o disfarçado (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

O ministro da Fazenda disse que o Brasil condena qualquer tipo de protecionismo, inclusive o disfarçado (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2010 às 15h36.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou em Frankfurt, na escala antes de embarcar para a reunião do G-20, em Seul, que a guerra cambial travada hoje no mundo embute um protecionismo disfarçado, com desvalorizações artificiais que podem levar o mundo a uma profunda crise.

Segundo ele, o encontro de cúpula que começa na quinta-feira, em Seul, ganhou muita importância porque todos os países terão a chance de tratar e "condenar" algo que até agora só o Brasil vinha alertando: o perigo de haver uma quebradeira no comércio e nas bolsas que operam com base em commodities, como a do Brasil. "Porque a tendência é haver grandes aplicações neste tipo de investimentos, gerando bolhas especulativas que podem levar uma economia à bancarrota", disse ele.

Mantega disse que ao jogarem US$ 600 bilhões no mundo, os Estados Unidos escancararam a guerra cambial. "Pela primeira vez todos os países poderão falar sobre um assunto que até agora só o Brasil falava."

O ministro da Fazenda disse que o Brasil condena qualquer tipo de protecionismo, inclusive o disfarçado, como é o da guerra cambial, em que os países forçam a desvalorização de sua moeda para beneficiar o comércio com outras nações. Ele lembrou que na década de 1930 houve problema semelhante e todos os países foram prejudicados. Por isso, segundo Mantega, o Brasil tomará as medidas cabíveis para evitar que o dólar contamine a economia do País.

Segundo ele, além do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) já em aplicação sobre o capital externo em renda fixa, outras medidas poderão vir para conter a especulação. Ele afirmou que o dólar emitido pelos Estados Unidos não tem o que fazer lá, porque aquele país paga juros de 0,33% em dois anos. "Ninguém vai fazer aplicações nesta situação."

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