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Mantega: governo fará mais medidas em câmbio e inflação

Algumas medidas do Estado não têm efeito no curto prazo, segundo o ministro

Mesmo após a medida, contudo, o dólar continuou a cair e alcançou o patamar de 1,57 real nesta sexta-feira (Renato Araújo/Agência Brasil)

Mesmo após a medida, contudo, o dólar continuou a cair e alcançou o patamar de 1,57 real nesta sexta-feira (Renato Araújo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2011 às 13h54.

São Paulo - O governo continuará tomando medidas para evitar a alta da inflação e atenuar a valorização do real, mas algumas dessas ações não têm efeito imediato, disse nesta sexta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, justificando a queda abrupta do dólar mesmo após as últimas decisões do governo.

O ministro afirmou ainda que o governo "tem uma estratégia bem definida de política econômica. Não tem nenhum improviso." "Nós vamos continuar tomando medidas porque essa é a filosofia do governo", disse Mantega em seminário sobre os rumos da economia brasileira.

O governo anunciou na quinta-feira o aumento de 1,5 por cento ao ano do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as operações de crédito para pessoa física. Segundo Mantega, o objetivo do governo é moderar o crescimento da demanda das famílias, um dos principais motores da expansão da economia mas que também tem acelerado as pressões inflacionárias.

Um dia antes, o ministro anunciou a extensão da alíquota de 6 por cento do IOF para os empréstimos no exterior com prazo de até dois anos --dessa vez com a intenção de frear a valorização do real.

Mesmo após a medida, contudo, o dólar continuou a cair e alcançou o patamar de 1,57 real nesta sexta-feira --o menor desde agosto de 2008 e já próximo de níveis que não são vistos desde 1999, pouco após a adoção do câmbio flutuante.

Segundo o ministro, isso acontece porque "os capitais são muito criativos. Você fecha uma porta e eles abrem outra." Mas, embora veja a valorização do real como inevitável, ele insistiu que o governo não vai permitir a especulação financeira. "Nós não permitiremos a formação de bolhas no Brasil: nem bolhas no mercado acionário, nem bolhas no mercado financeiro, nem bolhas no setor imobiliário." No âmbito fiscal, Mantega reiterou que o Brasil vai cumprir a meta de 3 por cento de superávit primário em 2011, e antecipou, sem dar números, que o resultado das contas do governo em março será "muito bom".

"Não acreditem naqueles que dizem que não estamos fazendo um resultado fiscal", afirmou Mantega.

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