Manifestantes durante protestos contra o governado Sérgio Cabral na frente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (Pilar Olivares/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2013 às 23h50.
Rio de Janiero - O boato de que o prefeito Eduardo Paes e o governador Sérgio Cabral estariam participando de uma recepção no Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, zona portuária, levou cerca de 100 manifestantes à entrada da instituição na noite desta quinta-feira, 15. Surpreendidos, policiais rapidamente cercaram o museu.
Paes e Cabral não estavam lá. Logo após a chegada do grupo, um manifestante foi detido sob acusação de ter cuspido em um PM. O clima era de tensão. Em seguida, o diretor do MAR, Paulo Herkenhoff, abandonou o encontro do comitê internacional de museus e desceu para dialogar com os manifestantes.
Muitos estavam com os rostos cobertos. Segurando um megafone emprestado por um militante, Herkenhoff propôs um "pacto de não agressão" para que a manifestação continuasse pacificamente.
No entanto, quando ele foi conversar com o PM que comandava a operação e sugeriu a retirada da barreira policial, a proposta não foi aceita. "Se quebrarem o museu, a responsabilidade é minha", disse o diretor. "Quem manda aqui sou eu. Não posso autorizar", respondeu o policial, identificado como Major Belitardo.
Acusado por alguns manifestantes de ter enganado o grupo, Herkenhoff disse que ficaria junto deles até o fim do protesto, colocando-se, pelo cargo que ocupa, como garantia de que não haveria violência. "Não consegui que a polícia saísse. Se tiver gás de pimenta, vai ter em mim também."
Logo em seguida outro manifestante foi detido. Um índio que tentou impedir a saída da viatura com o acusado foi arrastado por policiais. Herkenhoff agarrou-se ao índio, envolveu-se no tumulto e foi empurrado por PMs, mas não conseguiu impedir que ele fosse levado para dentro da barreira policial e algemado. Quando tentou passar, o diretor foi barrado, mesmo identificando-se.