Protestos: fotógrafo da agência Reuters também foi hostilizado e ameaçado na sede da CUT (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de abril de 2018 às 22h25.
Militantes pró-Lula agrediram, na noite desta quinta-feira, 5, uma equipe de reportagem do jornal Correio Braziliense que faria a cobertura de ato contra prisão do ex-presidente, na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Brasília.
Segundo relatos, o carro onde estavam uma repórter, uma fotógrafa e o motorista foi cercado por manifestantes. Desferindo socos e pontapés contra eles, os agressores - cerca de 30 pessoas -- chegaram a quebrar o vidro traseiro do veículo.
A equipe teve que fugir do local. Eles chegaram a se dirigir à 5ª Delegacia de Policia Civil, mas não houve registro de ocorrência, conforme informaram policiais. A equipe retornou à sede do jornal e depois registrou queixa na Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado.Ninguém ficou ferido.
O Correio divulgou uma nota em que "repudia veementemente esse tipo de violência e de cerceamento à imprensa, cujo papel fundamental é o de informar a população".
Um fotógrafo da agência Reuters também foi hostilizado e ameaçado na sede da CUT. Impedido de registrar o protesto, deixou a sede da central.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) enviou ao Correio Braziliense uma nota repudiando o ataque. O diretor executivo da entidade, Ricardo Pedreira, que assina a nota, classificou o episódio como "lamentável". "Demonstra uma incompreensão do trabalho jornalístico. A gente espera que o caso seja apurado e sejam tomadas as medidas providências", afirmou.
Os agressores não foram identificados. Dezenas de militantes e sindicalistas se aglomeram dentro e fora da sede da CUT Brasília. Aos gritos de "ocupar e resistir" eles fecharam a passagem de carros na rua em frente. Por volta das 21h30, cerca de 200 militantes estavam em frente à CUT Brasília, na região central do Plano Piloto. Alguns discursavam. A Polícia Militar acompanhava o ato.