Brasil

Manifestantes ocupam sede do Incra em Campo Grande

Segundo o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), José de Oliveira, desde 2008 não há avanço na reforma agrária

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2013 às 18h40.

Brasília - Cerca de mil trabalhadores rurais e integrantes de movimentos sociais ocuparam na tarde desta quinta-feira (11) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.

Os manifestantes pedem avanços na reforma agrária no estado. Pela manhã, em Brasília, cerca de 500 representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Distrito Federal (MST-DF) e do entorno também ocuparam a sede do órgão.

Segundo o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), José de Oliveira, desde 2008 não há avanço na reforma agrária.

"Ocupamos o Incra e queremos nos reunir com a direção, pois desde 2008 o Incra não faz os investimentos dos recursos nos assentamentos. Não há crédito para o fomento à produção, crédito do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar], nem nada. Também estamos debatendo a pauta nacional: reforma agrária, reforma urbana e reforma política", disse o representante dos sem-terra à Agência Brasil. Oliveira informou que a direção do órgão disse que iria se reunir com o movimento.

As manifestações do Dia Nacional de Luta reuniram, até o final da manhã, 35 mil pessoas em Campo Grande, de acordo com a contagem oficial da Polícia Militar (PM). Organizados por centrais sindicais e movimentos populares, as mobilizações reivindicavam o avanço da reforma agrária e mais investimentos em educação, saúde e para a mobilidade urbana.

Os manifestantes percorreram as ruas centrais da cidade e depois se concentraram em frente à Praça do Rádio, local tradicional de manifestações populares na capital sul-mato-grossense. "As manifestações de junho mostraram para o movimento a necessidade da gente encampar a luta do movimento urbano e vice-versa. É preciso aproveitar a pauta nacional para unificar as reivindicações", disse.

Oliveira também lembrou que a ausência de uma política fundiária voltada para os pequenos proprietários e para os indígenas é o que tem gerado os diversos conflitos em Mato Grosso do Sul. Ele defendeu a demarcação de terras indígenas e rechaçou qualquer divergência dos índios com os sem-terra. "Nós fizemos, no início de junho, uma marcha conjunta, em defesa dos pequenos produtores e dos índios. Isso mostra que quem tem conflito com os índios são eles. Eles que confinam as comunidades indígenas que acabam cercadas pelas grandes propriedades", assinalou.

Em Mato Grosso, os manifestantes se concentraram nas rodovias. Pela manhã, em Cárceres, os movimentos sindicais e de trabalhadores sem-terra fecharam as rodovias BR-070, BR-163 e BR-364 e a MT-358. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, todas as rodovias estão desocupadas.

Acompanhe tudo sobre:Mato Grosso do SulMST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem TerraProtestosProtestos no BrasilTerras

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho