Eduardo Cunha: o parlamentar é criticado pelo apoio a projetos de lei que retiram direitos das mulheres (Valter Campanato/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2015 às 11h56.
Belo Horizonte - Cerca de 300 pessoas, conforme informações da Polícia Militar, participam de manifestação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O parlamentar é criticado pelo apoio a projetos de lei que retiram direitos das mulheres.
"Sou médica e estou aqui porque sei que o Cunha faz mal para a nossa saúde", afirma Maria Esther Vilela, de 59 anos. "O presidente da Câmara está interferindo na vida das mulheres, de forma a interferir na autonomia que temos sobre nossos corpos", acrescentou a médica. Entre as medidas apoiadas por Eduardo Cunha e criticadas pelos manifestantes está o projeto de lei 5069/13, idealizado pelo deputado, que transforma em crime a propaganda e indução ao aborto.
Mulheres, muitas com placas de "Fora Cunha", dançam ao som de uma charanga. Integrantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) também participam do protesto. Logo no início da manifestação, houve pequeno tumulto quando a Polícia Militar tentou desobstruir uma das vias que circulam a praça. Um integrante do MLB reclamou da forma que um policial pegou em seu braço. O desentendimento, no entanto, terminou logo em seguida.
Os manifestantes seguem para a Praça da Estação, também na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde encerrarão a manifestação contra Eduardo Cunha. "O grito mais entoado é "ai, ai, ai, ai empurra o Cunha que ele cai".
O funcionário público Marcelo Jonas da Silva, de 45 anos, que participa do protesto, afirma que Cunha tem que sair não só pela tentativa de retirada de direitos das mulheres, mas pelas suspeitas de irregularidades no envio de recursos para a Suíça.
Sobre a manifestação de hoje, o funcionário público afirma que as mulheres têm que ter seus direitos assegurados em proporção maior que os homens. "O motivo é simples. Elas ainda são discriminadas. Um exemplo disso é que ganham menos do que nós", argumenta.