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Manifestantes acampam em frente à Petrobras no Rio

Manifestantes pretendem manter o acampamento até segunda, quando se deslocarão rumo ao hotel no Rio onde será realizado o leilão de Libra


	Posto da Petrobras: a manifestação em frente à sede da Petrobras coincidiu com a greve iniciada hoje pela maioria dos funcionários da companhia
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Posto da Petrobras: a manifestação em frente à sede da Petrobras coincidiu com a greve iniciada hoje pela maioria dos funcionários da companhia (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2013 às 15h59.

Rio de Janeiro - Um heterogêneo grupo de militantes de organizações sociais e líderes sindicais montou nesta quinta-feira um acampamento em frente à sede da companhia petrolífera Petrobras no Rio de Janeiro para protestar contra o leilão da maior jazida de petróleo do país, previsto para segunda-feira.

Os manifestantes pretendem manter o acampamento até segunda-feira, quando se deslocarão rumo ao hotel no Rio onde será realizado o leilão para outorgar direitos sobre Libra, uma gigante jazida em águas profundas que, segundo o Governo, poderá produzir até um milhão de barris de petróleo diários.

A manifestação em frente à sede da Petrobras coincidiu com a greve iniciada hoje pela maioria dos funcionários da companhia, segundo os sindicatos, igualmente contra o leilão para conceder direitos sobre Libra.

Os líderes sindicais dos petroleiros se juntaram aos de organizações como o Movimento dos Sem-Terra (MST) e outros grupos sociais para manifestar sua total oposição de que a jazida seja outorgada a uma empresa privada.

"Vamos lutar até o último minuto contra a privatização, contra esse leilão de Libra", disse à Agência Efe um líder sindical que se identificou como Mao Mao e que pronunciou um inflamado discurso contra as intenções do Governo.

De acordo com o dirigente, o Governo comete uma "atrocidade" ao "privatizar" uma das maiores riquezas do país.


"O petróleo é nosso, senhora Dilma (Rousseff). A senhora não tem o direito de vender algo que pertence a nós, a nossos filhos e a nossos netos", acrescentou.

Os responsáveis pelo acampamento asseguraram que permanecerão no lugar até a próxima segunda-feira para informar a população sobre o "grave erro" que representa a entrega das riquezas petrolíferas a uma empresa privada, provavelmente estrangeira.

Os manifestantes já contrataram quatro ônibus para ir até a Barra de Tijuca, na segunda-feira, onde será realizado o leilão petrolífera.

"Estamos dispostos a enfrentar até a Guarda Nacional de Segurança", assegurou Mao Mao ao lembrar que o Governo autorizou o deslocamento de tropas federais ao Rio de Janeiro para garantir a segurança nos arredores do local do leilão.

A jazida de Libra, em águas muito profundas do Atlântico e cerca de 183 quilômetros do litoral do Rio de Janeiro, tem reservas calculadas de entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo.

Nove petrolíferas estão inscritas para disputar a licitação, mas a Agência Nacional de Petróleo (ANP, regulador) prevê que receberá ofertas de entre dois ou três consórcios em que se agruparão tais empresas.

Entre as empresas pré-inscritas figuram sete das 11 com maior valor de mercado no mundo: a China National Corporation (CNPC), a anglo-holandesa Shell, a colombiana Ecopetrol, a Petrobras, a francesa Total, a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) e o consórcio hispânico-chinês Repsol-Sinopec.

O leilão será o primeiro que o Brasil realizará com as regras do chamado regime de divisão da produção, que substituiu o de concessão e que garante ao Estado a maior parte dos ingressos pelo exploração do petróleo. 

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