Brasil

Mandetta reforça distanciamento social um dia após passeio de Bolsonaro

Quando ministro foi questionado se a atitude se enquadraria nas práticas recomendadas, a coletiva foi encerrada sob alegação de falta de tempo

Saída do presidente: Jair Bolsonaro fez um passeio no domingo,29, por Brasília e Taguatinga onde falou com ambulantes. (Ueslei Marcelino/Reuters)

Saída do presidente: Jair Bolsonaro fez um passeio no domingo,29, por Brasília e Taguatinga onde falou com ambulantes. (Ueslei Marcelino/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 30 de março de 2020 às 18h32.

Última atualização em 31 de março de 2020 às 19h42.

São Paulo - O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou nesta segunda-feira (30) as orientações de isolamento social como forma de combate à pandemia de coronavírus.

O presidente Jair Bolsonaro publicou neste domingo (29) imagens de um passeio pelo comércio gerando aglomerações de pessoas, contra a orientação da pasta e da Organização Mundial de Saúde. As postagens foram apagadas pelo Twitter.

A coletiva de imprensa de hoje inaugurou um novo formato que tirou o protagonismo da equipe de Saúde com a participação de vários ministros.

Estavam presentes os ministros da Cidadania, Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, Walter Braga Netto, da Advocacia-Geral da União, André Mendonça e da Infraestrutura, Tarcísio Freitas.

De acordo com Braga Netto, a ideia é trazer uma "unicidade de narrativas" pois o problema atinge o governo de forma transversal. Ele disse que "não existe essa ideia" de demissão de Mandetta.

Já o ministro da Saúde disse que as tensões são normais e que "seria muito pequeno da minha parte eu achar que este é meu grande problema" pois o foco é no combate ao vírus.

"Enquanto eu estiver nominado vou trabalhar com a ciência, a técnica e o planejamento", disse.

Mandetta também marcou posição no debate sobre uma suposta oposição entre custo em saúde e impacto econômico, afirmando que "o instinto pela vida é mais forte que instinto econômico" e evitando dar um prazo para a duração das medidas de isolamento.

"Todos os países do mundo que se comprometeram com tempo bateram com a cara na porta”, disse citando o exemplo do presidente americano Donald Trump, que ampliou o tempo de isolamento para 30 de abril.

A participação de Paulo Guedes, ministro da Economia, estava confirmada mas ele não estava presente.

Mandetta também aproveitou para pedir desculpas por ter falado, na semana passada, que parte da imprensa era sórdida. Ele também disse que distanciamento social não significava isolamento absoluto.

No momento em que o ministro foi questionado se o passeio de Bolsonaro se enquadraria nas práticas recomendadas, a primeira parte da coletiva foi encerrada sob alegação de falta de tempo.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusJair BolsonaroLuiz Henrique MandettaMinistério da Saúde

Mais de Brasil

Assassinato de delator do PCC é 'competência do estado', afirma Lewandowski

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP

Geração está aprendendo menos por causa do celular, diz autora do PL que proíbe aparelhos em escolas

Após cinco anos, Brasil recupera certificado de eliminação do sarampo