Irmã Doroty: a missionária americana Dorothy Stang foi assassinada no dia 12 de fevereiro de 2005, aos 73 anos (Carlos Silva/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de abril de 2019 às 15h02.
Última atualização em 17 de abril de 2019 às 15h59.
Brasília — A Polícia Civil do Pará informou que prendeu nesta terça-feira (16) em Altamira, o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o "Taradão", que teve a prisão decretada pela Justiça após condenação como mandante do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang. O crime ocorreu em Anapu, no Pará, em 2005.
Policiais civis da Superintendência Regional do Xingu e das Delegacias de Homicídios (DH) e de Conflitos Agrários (DECA) de Altamira receberam o mandado de prisão de Regivaldo Galvão, encaminhado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará.
O fazendeiro foi localizado em sua casa, em Altamira, no interior do Estado. Ele foi conduzido para a sede da Superintendência Regional da Polícia Civil, no município, onde vai permanecer no aguardo de transferência para a prisão.
Regivaldo Galvão foi condenado a 30 anos de reclusão no dia 30 de abril de 2010, como mandante do assassinato de Dorothy Stang.
A condenação foi mantida em segunda instância, e a pena chegou a ser reduzida para 25 anos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que autorizou a prisão em 2017.
A missionária americana Dorothy Stang foi assassinada no dia 12 de fevereiro de 2005, aos 73 anos. Irmã Dorothy, como era conhecida, foi responsável pela criação do primeiro programa de desenvolvimento sustentado da Amazônia, em Anapu (PA).
Com o projeto, vários fazendeiros e madeireiros tiveram suas terras confiscadas pelo Incra. Segundo o Ministério Público, a morte da missionária foi encomendada pelos fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Galvão, o Taradão.
Amair Feijoli da Cunha, o Tato, foi intermediário do crime. Rayfran das Neves Sales e o comparsa, Clodoaldo Carlos Batista, foram os executores de Dorothy.
O crime ganhou repercussão internacional, chamando a atenção de entidades ligadas aos direitos humanos e a reforma agrária na Amazônia.
Na época, a ministra do meio ambiente, Marina Silva, esteve na região e deslocou um aparato policial para as investigações.