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Manaus tem nova rebelião em presídio em menos de 24 horas

Centro de Detenção Provisória de Manaus fica próximo de presídio onde 56 presos foram mortos durante 17 horas de rebelião

Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) (Umanizzare/Divulgação)

Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) (Umanizzare/Divulgação)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 17h48.

Última atualização em 2 de janeiro de 2017 às 19h59.

São Paulo – Menos de 24 horas depois do fim do motim que deixou 56 mortos em presídio no Amazonas, presos do Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) de Manaus realizaram uma tentativa de fuga na tarde desta segunda-feira. Em nota, o governo do Amazonas afirma que a situação está controlada.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, os detentos do CDP tentaram fugir, mas foram impedidos pela Polícia Militar.

O princípio de motim ocorre poucas horas depois do fim do confronto entre facções rivais que deixou 56 mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM). Tanto o Compaj quanto o CDP estão localizados na rodovia BR-174, que liga Manaus a Boa Vista (RR). 

De acordo com o governo, o Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), que fica na mesma rodovia, registrou um "batidão de grade"nesta tarde, que foi contornado em seguida pela direção da unidade. Ontem, 72 detentos do Ipat fugiram pouco antes do início da rebelião no Compaj. Um dos fugitivos teria, inclusive, postado uma selfie no Facebook para comemorar a fuga. Ao todo, sete já foram recapturados. 

Massacre

A rebelião no Compaj começou por volta das 16h desse domingo (1º). Agentes penitenciários da empresa terceirizada Umanizzare e 74 presos foram feitos reféns. No total, 56 detentos foram mortos — ao menos seis foram decapitados. Há relatos de que corpos foram arremessados por sobre os muros do complexo. Esse é o maior número de mortos em presídios desde o Massacre do Carandiru. Outros 112 presos do Companheiro fugiram.

Até 17h, 40 detentos foram recapturados.

A principal hipótese é de que o massacre tenha sido causado por um confronto entre a facção Família Do Norte (FDN), que domina prisões do Amazonas, e o Primeiro Comando da Capital (PCC) em uma provável disputa por controle de território.

Grampos telefônicos da Polícia Federal revelam que os planos da FDN de assassinar membros do PCC que estariam presos em Manaus  vêm desde 2015. Em julho daquele ano, três líderes do PCC local morreram degolados em presídios do estado. No fim de semana seguinte às mortes, 38 pessoas com alguma ligação com o PCC foram assassinadas nas ruas de Manaus em um episódio que ficou conhecido como Fim de Semana Sangrento.

Em outubro, conflito entre PCC e o Comando Vermelho deixou mais de 20 mortos em presídios do Norte e Nordeste.

Naquele momento, segundo comunicados enviados pelo próprio PCC para seus membros, a briga teria sido uma resposta ao fato de que o Comando Vermelho teria firmado alianças com facções rivais do PCC, como a FDN. 

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