Paulo Maluf: Corte paulista entendeu que Maluf pediu votos na entrevista concedida ao site do Universo Online (UOL) (AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 20h45.
São Paulo - O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) multou nesta terça-feira, 11, o deputado federal Paulo Maluf em R$ 5 mil reais por propaganda eleitoral antecipada, veiculada na internet em novembro de 2013. A representação foi proposta pelo Ministério Público Eleitoral e é o primeiro caso de propaganda extemporânea para as eleições de 2014 julgado pelo TRE-SP.
A Corte paulista entendeu que Maluf pediu votos na entrevista concedida ao site do Universo Online (UOL). Para o relator do processo, desembargador Mathias Coltro, Maluf "ultrapassou os limites estabelecidos pela legislação eleitoral, na medida em que se apresenta como candidato, declina o número pelo qual irá concorrer, com expresso pedido de voto, além de se qualificar um bom candidato, transmitindo a ideia de sua aptidão ao exercício do cargo público".
Em uma das perguntas da entrevista, a jornalista questiona se o deputado, que foi condenado naquele ano à suspensão dos direitos políticos pelo TJ-SP, poderia concorrer nas eleições de 2014, considerando a Lei da Ficha-Limpa, que determina que um candidato condenado judicialmente fique inelegível por oito anos. Na ocasião, Maluf respondeu que ele não estaria incluído na hipótese da Ficha-Limpa, e ainda perguntou à repórter de onde era o seu título eleitoral. Após ela responder que era de São Paulo, ele disse "veja, então, o meu número é 1111. Te convido a votar num bom candidato, que sou eu.".
Para o magistrado, não "se trataria de mera brincadeira para quebrar o clima tenso estabelecido pelo assunto da reportagem", como alegado pela defesa de Maluf. "Se houve gracejo, foi, na realidade, um deboche com a própria Justiça Eleitoral", sentenciou Coltro.
Conforme legislação em vigor, propaganda eleitoral antecipada é toda aquela realizada antes do dia 6 de julho dos anos eleitorais. A decisão ainda cabe recurso.
Por meio de sua assessoria, Maluf informou que vai recorrer da decisão e que, no exercício do cargo de deputado, ele pode fazer o pronunciamento que quiser e dar a entrevista que quiser.