Brasil

Major, cabo, juiz: no Legislativo, corporações versus reformas

Eleitores escolheram deputados e senadores conservadores com pouco apreço pelo liberalismo

CÂMARA DOS DEPUTADOS: corporações como militares, policiais, juízes e promotores saem ainda mais fortalecidas desta eleição e tendem a ter grande resistência a pautas como a reforma da previdência

CÂMARA DOS DEPUTADOS: corporações como militares, policiais, juízes e promotores saem ainda mais fortalecidas desta eleição e tendem a ter grande resistência a pautas como a reforma da previdência

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2018 às 06h11.

Última atualização em 8 de outubro de 2018 às 06h43.

Policial Katia Sastre, do PR/SP, Major Fabiana, do PSL/RJ, Cabo Junio Amaral, do PSL/MG… são muitos os nomes de deputados federais eleitos que representam corporações como militares e policiais militares. Essa é uma boa notícia para uma futura base de um governo Jair Bolsonaro, caso seu favoritismo se confirme no segundo turno. Mas essa turma pode significar dificuldades adicionais para a agenda reformista, qualquer que seja o novo presidente. Corporações como militares, policiais, juízes e promotores saem ainda mais fortalecidas desta eleição e tendem a ter grande resistência a pautas como a reforma da previdência.

Major Olimpio (PSL/SP), senador eleitor por São Paulo e grande apoiador de Bolsonaro, foi ferozmente contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Temer, quando ainda era deputado federal. Em março de 2017, Olimpio declarava contra a reforma: “Há décadas ladrões, criminosos da pior espécie, travestidos de “governo”, desviaram e se apropriaram dos recursos da Previdência, em benefício próprio e agora o governo espera que os servidores paguem essa conta”. O agora senador duvidava até da existência de um rombo na previdência. Vai mudar de opinião agora?

Para Carlos Ari Sundfeld, professor da Fundação Getulio Vargas e um dos maiores especialistas em direito constitucional no país, a ampliação das corporações públicas no Congresso pode significar uma trava para o novo governo. “O Congresso que se configura aí não tem nada de liberal. E Bolsonaro terá que conquistar o apoio dessas corporações para fazer frente à forte oposição que terá dos partidos tradicionais, que saíram enfraquecidos desta eleição, não creio que ele poderá propor reformas que atinjam os interesses dessas corporações”, disse Sundfeld a EXAME. “Em última instância, essas corporações podem até impedir a reforma da previdência. Será um grande nó para o próximo presidente.”

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosEleições 2018Exame HojeJair BolsonaroMajor Olímpio

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas