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Mais uma represa do Rio passa a usar o volume morto

Na última quarta-feira, o nível do maior dos quatro reservatórios, o de Paraibuna, já havia alcançado a reserva técnica


	Torneira: o reservatório de Santa Branca, que fica em São Paulo, é o menor dos quatro que abastecem o Rio
 (sxc.hu)

Torneira: o reservatório de Santa Branca, que fica em São Paulo, é o menor dos quatro que abastecem o Rio (sxc.hu)

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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2015 às 19h46.

Rio de Janeiro - O reservatório de Santa Branca, um dos quatro que abastecem a região metropolitana do Rio de Janeiro, também atingiu o volume morto, aponta o último boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

Na última quarta-feira, o nível do maior dos quatro reservatórios, o de Paraibuna, já havia alcançado a reserva técnica.

"Desde o ano passado eu venho defendendo que já passou da hora de adotarmos um racionamento sério. Estamos consumindo mais do que entra na bacia. A situação é crítica. Os reservatórios que ainda não chegaram no limite estão chegando", disse a vice-presidente do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Civap), Vera Lúcia Teixeira.

Integrantes do comitê terão reunião amanhã (27) com representantes da Agência Nacional de Águas (ANA) e do ONS.

Na última sexta-feira, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) voltou a negar a necessidade de racionamento para a população, mas disse que começaria uma "grande campanha para as pessoas não desperdiçarem água".

Na bacia do Paraíba do Sul, os reservatórios também têm a função de gerar energia, mas as usinas não são de grande porte.

As barragens mantêm um fluxo adequado para que cerca de dois terços das águas do Paraíba possam ser transpostas para o Rio Guandu, que abastece a região metropolitana do Rio.

A usina de Santa Branca, da concessionária Light, foi desligada no sábado passado, de acordo com o ONS - o volume morto não é usado para geração de energia elétrica.

Procurada, a Light não quis se manifestar. Informou apenas que "a Secretaria de Estado do Ambiente é quem está falando sobre o assunto".

Em nota, o secretário André Corrêa alegou que "não há mudanças operacionais no sistema mesmo que os reservatórios de Paraibuna e Santa Branca tenham atingido suas reservas técnicas", mas acrescentou que "não descarta nenhuma medida que possa amenizar a crise provocada pela estiagem".

"Vivemos a maior crise hídrica dos últimos 84 anos. Continuo a pedir a colaboração de todos no uso racional da água."

Corrêa e o presidente da Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Cedae), Jorge Briard, vão se reunir com representantes de indústrias que captam água no fim da bacia do Guandu para "avaliar alternativas de consumo de água de reúso por parte das empresas".

O reservatório de Santa Branca, que fica em São Paulo, é o menor dos quatro que abastecem o Rio. O volume morto da reserva acumula 131 bilhões de litros.

No de Paraibuna são 2,1 trilhões de litros. Com os volumes úteis de Paraibuna e Santa Branca zerados, restam o de Jaguari, que estava com apenas 1,72% da capacidade, e o de Funil, com 3,75%, segundo o último Informativo Preliminar Diário da Operação, do ONS.

Pezão anunciou nesta segunda-feira um "plano de contingência" para enfrentar os efeitos da estiagem no Norte e Noroeste do estado, principalmente na pecuária e agricultura.

Há a previsão de investimentos de R$ 53 milhões - R$ 23 milhões do governo estadual e R$ 30 milhões do Banco Mundial.

Os recursos serão aplicados em sistemas de nutrição para os rebanhos, afetados pela falta de pasto, e na perfuração de poços artesianos para uso coletivo, informou o governo.

O objetivo é beneficiar cerca de 13 mil pequenos produtores.

"Algumas cidades podem ser prejudicadas se a estiagem continuar. Vou me encontrar com a presidenta Dilma Rousseff na quarta-feira (28) para discutirmos ações e projetos de combate à seca", disse o governador em entrevista no município de Italva.

Também está previsto no plano anunciado hoje um programa de reflorestamento das margens dos rios Paraíba do Sul e Guandu.

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