Brasil

‘Mais médicos não tem prazo de validade’, diz ministro

Em entrevista, ministro Arthur Chioro deu como quase certa a prorrogação do contrato dos profissionais do programa até 2019

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2014 às 09h36.

Brasília - Em entrevista ao Estado, o ministro da Saúde, disse que, em um ano, o programa Mais Médicos foi capaz de reestruturar o sistema de atenção básica brasileiro. E deu como quase certa a prorrogação do contrato dos profissionais do programa até 2019.

- Quais os principais avanços e o que precisa ser melhorado?

Arthur Chioro - O principal avanço é ter garantido, pela primeira vez, desde que o SUS foi criado, atenção básica para toda a população brasileira.

- E os principais desafios?

Arthur Chioro - É dar continuidade à tarefa de garantir a infraestrutura adequada na atenção básica. Estamos fazendo reforma, construção e ampliação de 26 mil unidades básicas, 7.179 estão prontas, 13.046 estão em obras e 5.775 estão em licitação.

A maior reclamação, inclusive de médicos que atuam não programa, é a questão do atendimento de média e alta complexidade. Existe algum projeto para tentar driblar essa questão?

Arthur Chioro - É a tarefa principal a que nós estamos debruçados agora.

Existe a possibilidade de trazer médicos estrangeiros para os serviços de especialidades?

Arthur Chioro - A princípio, não.

E como ficará a atenção básica ao final dos três anos do contrato? Não haverá tempo para formar 14 mil brasileiros...

Arthur Chioro - A formação demora, mas o programa Mais Médicos não é paliativo nem tem prazo de validade. A lei permite que o médico que participe do programa renove a sua bolsa por mais um período de três anos.

Então é quase certa a renovação desses contratos?

Arthur Chioro - Se o profissional desejar.

Mesmo que não queiram ficar, não seriam abertos editais?

Arthur Chioro - Isso, mas sempre dando prioridade para médicos brasileiros. Eu não sei se o Brasil, olhando daqui a 20, 30 anos, para colocar médico no interior da floresta, vai precisar abrir para trazer alguém de fora, mas pelo menos a gente venceu esse preconceito.

- Será possível retomar o diálogo do governo com as entidades médicas, que ainda criticam o programa?

Arthur Chioro - Essas são reações de lideranças corporativas. Nós estamos sempre dispostos a dialogar.

Não temos conversado sobre o Mais Médicos, mas temos retomado o diálogo e acho que quem perde são as entidades médicas de ficarem apartadas do debate sobre os rumos da saúde no País.

Agora é importante frisar: nenhum médico estrangeiro ocupou um posto de trabalho de um médico brasileiro, até porque foram cinco ciclos de chamamento. Sempre as vagas foram primeiro ofertadas para os médicos brasileiros.

Em segundo lugar, quando eu converso com os profissionais que estavam segurando as pontas nos postos de saúde sozinhos, eles elogiam muito esses colegas do Mais Médicos.

O senhor acha que quem critica o programa não tem vivência prática do SUS?

Arthur Chioro - Mais do que não ter vivência, não tem compromisso histórico com o SUS.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Acompanhe tudo sobre:EntrevistasMais MédicosMinistério da SaúdeSaúdeSaúde no BrasilSUS

Mais de Brasil

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas