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Mais de 40 mil pessoas são resgatadas da escravidão

Entre 1995 e 2011, as autoridades fizeram 3.165 inspeções em estabelecimentos, onde encontraram 41.451 pessoas trabalhando em condições de trabalho escravo

No ano passado, 2.271 pessoas foram liberadas dessa condição em 320 inspeções realizadas no país (Nelson Almeida/AFP)

No ano passado, 2.271 pessoas foram liberadas dessa condição em 320 inspeções realizadas no país (Nelson Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2012 às 20h46.

Rio de Janeiro - Mais de 40 mil pessoas que trabalhavam em condições semelhantes à escravidão no Brasil foram liberadas nos últimos 16 anos, informou nesta sexta-feira a Comissão de Direitos Humanos e Minorias do Congresso.

O presidente da Comissão, o deputado Domingos Dutra, declarou em entrevista coletiva, que entre 1995 e 2011, as autoridades fizeram 3.165 inspeções em estabelecimentos, onde encontraram 41.451 pessoas trabalhando em condições de trabalho escravo.

Dutra disse que a escravatura ocorre tanto em zonas rurais como urbanas, embora tenha dito que acontece mais na parte rural e afastada e em estados onde a pobreza é mais comum.

No ano passado, 2.271 pessoas foram liberadas dessa condição em 320 inspeções realizadas no país.

''A causa da escravidão é a pobreza absoluta, a baixa escolaridade e a falta de castigo às empresas que usam mão de obra escrava'', disse o deputado.

Para acabar com este problema, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara apresentou uma emenda constitucional que será votada em maio pelo Congresso.


O objetivo da iniciativa é aumentar a punição aos que usam de mão-de-obra escrava por meio da desapropriação de propriedades urbanas e rurais.

O deputado admitiu que em estados como o Maranhão, ''saem caminhões todos os dias com pessoas que são levadas a todo o país para serem submetidas a condições de escravidão, passando por estradas e controles policiais''.

''Não é só uma tragédia dos estados pobres, também ocorre nas grandes obras de construção do Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades'', disse Domingos Dutra.

Dutra lembrou o caso da empresa espanhola Zara, que recebeu 52 autos de infração no ano passado depois que autoridades constatarem que a firma AHA, uma de suas provedoras no Brasil, comprava roupas produzidas em duas oficinas onde os trabalhadores, oriundos da Bolívia e Peru, eram submetidos a condições degradantes. 

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