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Ao menos 250 mil imóveis ainda permanecem sem energia em SP após temporal

Chuva atingiu região metropolitana na última sexta-feira e, mas estragos ainda afetatam escolas, hospitais e o abastecimento de água

Chuva da última sexta-feira, 11, ainda causa problemas na cidade de São Paulo. (Ronaldo Lesiv/Divulgação)

Chuva da última sexta-feira, 11, ainda causa problemas na cidade de São Paulo. (Ronaldo Lesiv/Divulgação)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 15 de outubro de 2024 às 06h01.

Última atualização em 15 de outubro de 2024 às 07h33.

Após mais de 72 horas do temporal que atingiu a região metropolitana de São Paulo, aproximadamente 250 mil imóveis permanecem sem energia elétrica de acordo com a atualizaçao da Enel divulgada na manhã desta terça-feira, 15.. Segundo a Enel Distribuição SP, a situação é crítica e afeta diversos serviços essenciais.

O temporal, ocorrido na sexta-feira, 11, causou grandes danos à infraestrutura elétrica e resultou na morte de sete pessoas em São Paulo e em municípios do interior. De acordo com a Defesa Civil, entre as vítimas estão moradores de Bauru, Cotia, Diadema e São Paulo, atingidos por quedas de muros e árvores.

A Prefeitura de São Paulo relatou 386 ocorrências de quedas de árvores na cidade. Destas, 75 ainda aguardam a intervenção da Enel para que as equipes municipais possam iniciar a remoção. Além disso, a Secretaria Estadual de Educação informou que 150 escolas foram afetadas, com 68 delas ainda sem energia elétrica. O impacto levou ao cancelamento das aulas nesta terça-feira, 15, em razão do Dia do Professor, com previsão de retomada na quarta-feira, 16, nas unidades onde o fornecimento for restabelecido.

Enel promete restabelecimento total em três dias

Em acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Enel comprometeu-se a restabelecer a energia para todos os clientes em até três dias. Para garantir que o cronograma seja cumprido, a concessionária mobilizou uma força-tarefa, que conta com o apoio de outras empresas do setor elétrico, incluindo CPFL, EDP e Light. O número de profissionais envolvidos na operação foi ampliado de 1.400 para 2.900, com o apoio de mais de 200 caminhões.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticou a Enel pela falta de transparência sobre o prazo de normalização dos serviços. Em coletiva realizada em São Paulo, na tarde de ontem, 14, o ministro afirmou que a empresa cometeu erros ao não fornecer uma previsão exata à população e ressaltou que espera que os casos mais graves sejam resolvidos dentro de três dias.

Para auxiliar no atendimento a clientes com necessidades urgentes, como hospitais, a Enel disponibilizou 500 geradores, sendo 40 de grande porte, e utiliza helicópteros para monitorar as linhas de transmissão. A concessionária também recomendou o uso de canais alternativos para contato, como SMS, site e WhatsApp, devido ao aumento na demanda por atendimento.

Falta de energia afeta abastecimento de água

A falta de energia elétrica afeta também o abastecimento de água em várias áreas da Grande São Paulo. Segundo a Sabesp, a interrupção de energia compromete o funcionamento de estações elevatórias e boosters, prejudicando a distribuição de água. Entre as regiões afetadas estão bairros da capital, como Americanópolis, Capão Redondo e Jardim Peri, e municípios da Grande São Paulo, como Cotia, Santo André, Embu das Artes e Mauá.

Em nota, a Sabesp informou que, até que o fornecimento de energia seja totalmente restabelecido, os serviços de abastecimento de água permanecerão comprometidos. A população é orientada a economizar água e a acompanhar atualizações sobre o retorno da normalidade.

As dificuldades enfrentadas pela Enel foram intensificadas pela alta demanda por atendimento. A empresa relatou ter recebido mais de um milhão de chamados desde a noite do temporal. Os esforços de comunicação com os consumidores foram intensificados para assegurar que os afetados possam registrar seus problemas e obter informações sobre o restabelecimento do serviço.

Impacto da tempestade na Grande São Paulo

A tempestade de sexta-feira trouxe ventos de até 107,6 km/h, causando extensos danos à infraestrutura urbana. Moradores de diversas cidades relataram dificuldades para acionar a Enel e buscar informações sobre o retorno da energia elétrica. A empresa destacou que tem ampliado sua capacidade de atendimento e reforçou os canais de comunicação.

Além das fatalidades registradas, a falta de energia e os danos causados pela tempestade resultaram em impactos significativos na mobilidade e na segurança dos moradores da região metropolitana. O poder público e a concessionária seguem mobilizados para mitigar os prejuízos e garantir a normalização dos serviços essenciais, enquanto aguardam o avanço dos reparos na rede elétrica e o fim do apagão em áreas ainda afetadas.

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