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Mais da metade dos ingressos gratuitos não foram usados

Os lugares vazios têm sido um problema – muitos brasileiros deixaram de comparecer à Rio 2016 e os organizadores foram incapazes de resolver problemas a tempo


	Ingressos: 280 mil ingressos foram dados a alunos como parte de um projeto social, mas metade das entradas jamais foi aproveitada
 (Ricardo Moraes / Reuters)

Ingressos: 280 mil ingressos foram dados a alunos como parte de um projeto social, mas metade das entradas jamais foi aproveitada (Ricardo Moraes / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2016 às 17h44.

Rio de Janeiro - Mais da metade dos 300 mil ingressos da Olimpíada do Rio de Janeiro oferecidos gratuitamente a estudantes não foram usados, disseram nesta quinta-feira os organizadores do evento, que vêm passando apuros com locais de competição vazios.

Os lugares vazios na maioria desses locais têm sido um problema desde o início – muitos brasileiros deixaram de comparecer à Rio 2016 e os organizadores foram incapazes de resolver problemas a tempo.

O diretor de comunicação do Comitê Rio 2016, Mario Andrada, disse que 280 mil ingressos foram dados a alunos como parte de um projeto social para incentivá-los a assistir esportes menos populares no Brasil, mas metade das entradas jamais foi aproveitada.

Um total de cerca de 6,1 milhões de bilhetes foram emitidos para o evento.

"Do público em geral, 11 por cento não apareceu", afirmou Andrada aos repórteres. "Mesmo o público que comprou ingressos do lado de fora (dos locais de competição), destes sete por cento não apareceram nesses locais".

"Isso confirma uma hipótese que tivemos, a de que as pessoas estavam comprando ingressos para entrar no Parque (Olímpico), não necessariamente interessadas em um local em especial".

Mas as maiores ausências foram dos estudantes, que se omitiram em grande número.

"O programa social, que distribuiu muitos ingressos, o que sabemos é que 55 por cento dos que receberam ingressos gratuitos não apareceram. A razão, neste caso, é o fato de que as crianças estão em férias".

Ele disse não haver um ponto central onde as crianças poderiam se encontrar e ser transportadas aos locais de competição. "Nós meio que deixamos isso um pouco por conta de cada família, e em alguns casos a uma ONG", contou Andrada.

Embora os organizadores tenham dito que ultrapassaram sua meta financeira de venda de entradas, o baixo comparecimento, mesmo em provas de atletismo, tem sido uma das grandes dores de cabeça da Rio 2016, assim como a segurança, o transporte e os problemas nos locais de competição.

As vendas para a Paralimpíada estão ainda piores – só 12 por cento dos bilhetes foram vendidos, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, não pôde comprar uma leva de ingressos, como planejado, devido aos regulamentos eleitorais.

"Como todos nós sabemos, o prefeito havia se comprometido a comprar uma série de ingressos. Mas a justiça eleitoral o impediu de comprar esses ingressos, então eles foram devolvidos ao montante e o número (de ingressos vendidos) diminuiu", explicou Andrada.

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