Eleições: a polarização entre os eleitores do pesselista e do petista têm contribuído para o desânimo (NurPhoto/Getty Images)
Clara Cerioni
Publicado em 4 de outubro de 2018 às 12h32.
Última atualização em 4 de outubro de 2018 às 12h33.
São Paulo — O atual contexto político do país tem deixado os brasileiros com um sentimento de insegurança, tristeza e raiva em relação ao futuro. Apesar disso, no próximo domingo (7), são esses mesmo eleitores que irão às urnas para escolher seus representantes pelos próximos quatro anos.
Segundo revelou a última pesquisa do Datafolha, divulgada na terça-feira (02), o pessimismo em torno dos próximos anos no Brasil superou a sensação de esperança para, em média, 7 em cada 10 eleitores.
De seis situações apresentadas aos entrevistados 88% afirmara que se sentem inseguros no país, 79% estão tristes, 78% estão desanimados, 68% estão com raiva, 62% estão com medo do futuro e 59% estão com mais medo do que esperança.
Nesse levantamento, os entrevistados também responderam suas intenções de voto para presidente. O resultado mostrou crescimento do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, com 32% dos votos. Já o segundo colocado, Fernando Haddad (PT), apareceu com 21%.
Nas últimas semanas, a polarização entre os eleitores do pesselista e do petista têm contribuído para o desânimo. No período que antecede o pleito eleitoral, vale lembrar, que diversas situações mexeram com o emocional de todos os lados.
Nos últimos meses, o brasileiro presenciou decisões judiciais de última hora, atentado contra o líder nas intenções de voto e agressão a eleitores.
Nesta quarta-feira (3), mais dois episódios de extremos foram revelados: um ainda não explicado de ataque a tiros contra Major Costa e Silva (DC), candidato ao governo de São Paulo, e o outro de dois candidatos a deputado pelo PSL que rasgaram uma placa em homenagem à vereadora carioca Marielle Franco, assassinada há seis meses.
O levantamento do Datafolha registra, ainda, que as mulheres e os jovens estão mais abalados com as circunstâncias desta eleição.
Em relação ao sentimento de medo do futuro, 69% do eleitorado feminino se identificou com a afirmação, contra 54% do masculino. Desânimo atinge 81% das mulheres, enquanto o percentual de homens é de 74%.
Já com os jovens, a raiva está presente em 74% deles, enquanto entre os mais velhos (entre 45 e 59 anos), o índice é de 65%. O medo do futuro também preocupa mais quem é novo, com 70% do eleitorado jovem amedrontado, contra 57% dos adultos.
Para essa pesquisa, foram realizadas 3.240 entrevistas presenciais com eleitores, em 225 municípios de todas as regiões do país.