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Maioria dos brinquedos comercializados no Brasil vem da China

Setor pressiona o governo por medidas para estimular a produção nacional e dificultar a entrada de brinquedos de má qualidade

Segundo o setor, 60 % dos brinquedos comercializados em 2010 no Brasil eram chineses (Fernando Moraes/VEJA SÃO PAULO)

Segundo o setor, 60 % dos brinquedos comercializados em 2010 no Brasil eram chineses (Fernando Moraes/VEJA SÃO PAULO)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2011 às 09h21.

São Paulo – Cerca de 60% dos brinquedos comercializados no Brasil, no ano passado, foram importados da China. Por conta disso, o setor, que promove a partir de hoje (13) a 28ª Feira Brasileira de Brinquedos (Abrin), na capital paulista, está tentando uma aproximação com o governo para pleitear medidas que tragam de volta à indústria nacional a competitividade existente em outros períodos.

O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa, inclusive, está na comitiva da presidente da República, Dilma Rousseff, em viagem à China.

Segundo Carlos Tilkian, diretor da Abrinq, o setor está apostando nessa recuperação e está otimista com a disposição da presidente em ajudar esse ramo da indústria. “O setor produtivo tem capacidade grande de recuperação. Nós sentimos que há uma determinação da presidente e dos ministros da área econômica em procurarem dar essa competitividade porque, hoje, a perda dessa participação de mercado se dá por aspectos macroeconômicos e não por falta de produtividade e criatividade”.

Tilkian afirmou que o câmbio, os impostos e o custo financeiro têm tirado gradativamente a competitividade brasileira. “Hoje, estamos inaugurando nossa feira e é nela que a indústria nacional mostra mais de 1.500 lançamentos que têm tecnologia, criatividade e design e que mostram que, do ponto de vista industrial, nós somos altamente competitivos”. Entre as reivindicações do setor, está o fim de incentivos fiscais oferecidos por alguns estados para quem utilizar seus portos como entrada dos produtos.

A Abrinq pede ainda que o governo, por meio do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), seja rigoroso com relação à qualidade dos produtos importados da mesma forma que age com relação aos produtos fabricados no Brasil. “Queremos que esses produtos sejam testados no Brasil. Não podemos esquecer que estamos lidando com crianças. O brinquedo vai à boca, se ele cair, quebrar e deixar pontas, a criança pode se machucar. Então, o preço não pode ser o fator determinante da compra. Tem que ter cuidado com a qualidade do produto”, disse Tilkian.

Ele destacou que a indústria nacional não tem, em sua história, registros de brinquedos que tenham precisado passar por recall ou serem retirados do mercado. “Por outro lado, nós temos acompanhado, nos últimos anos, sistematicamente, produtos importados da China sendo obrigados a sair do mercado por falta de qualidade”.

A Feira Brasileira de Brinquedos reúne 200 fabricantes e a expectativa do setor é a de receber 25 mil profissionais. A previsão é movimentar 30% do faturamento anual dessa indústria, o que representa R$ 1bilhão. A feira reúne cerca de 1,5 mil novos brinquedos que devem abastecer as lojas do país durante o período do Dia das Crianças e o Natal.

De acordo com dados da Abrinq, em 2010, a indústria de brinquedos movimentou R$ 3,1 bilhões, 15% a mais do que em 2009. A previsão para este ano é a de que o faturamento seja maior do que R$ 3,5 bilhões. O setor emprega diretamente 30 mil pessoas. Do total de brinquedos distribuídos no mercado brasileiro, 45% são fabricados pela indústria nacional e a ideia é aumentar sua participação para 70% até 2016.

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