Brasil

Maioria dos brasileiros reprovaria volta da CPMF, diz CNI

Levantamento revela insatisfação dos entrevistados com a aplicação do dinheiro arrecadado em tributos pelo governo


	Impostos: 70% dos entrevistados consideram CPMF um imposto injusto e que afeta pessoas independentemente do nível de renda
 (iStock)

Impostos: 70% dos entrevistados consideram CPMF um imposto injusto e que afeta pessoas independentemente do nível de renda (iStock)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 19 de julho de 2016 às 06h00.

São Paulo – Desde que o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) assumiu o comando do Palácio do Planalto, o aumento da carga tributária foi apontado como uma das possíveis alternativas para que o reequilíbrio das contas públicas fosse alcançado. Se confirmados, os rumores desagradariam os brasileiros, revela levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A pesquisa indica que 73% dos entrevistados são contrários a uma eventual recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF). Por outro lado, 20% são favoráveis a aplicação do imposto, enquanto 7% não souberam responder.  A rejeição prevalece mesmo entre os 65% que disseram desconhecer o tributo.

Para 70% dos entrevistados, a CPMF é um imposto injusto, que afeta as pessoas independentemente de seu nível de renda. Mais de metade dos indagados (61%) avalia que o restabelecimento da CPMF não determinará uma melhora da vida dos brasileiros.

Ainda de acordo com o levantamento, a insatisfação sobre a aplicação do dinheiro arrecadado em tributos prevalece. Sete em cada dez brasileiros concordam que a baixa qualidade dos serviços públicos se deve mais à má gestão dos recursos do que à falta deles.

Para 81% dos consultados, o governo já arrecada muito e não precisa aumentar os impostos para melhorar os serviços públicos. 90% deles pontuam que a qualidade dos serviços prestados deveria ser melhor diante da elevada carga tributária. No mesmo sentido, 84% das pessoas acreditam que os impostos no Brasil são elevados ou muito elevados.

"A população não quer pagar mais impostos e continuar tendo serviços de má qualidade", afirmou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. 

“O governo precisa definir cortes, precisa discutir com a sociedade. Antes de aumentar tributos, é necessário dialogar com a sociedade sobre a necessidade de reformas, como a da Previdência, e a adesão de medidas impopulares. O aumento da carga tributária deve ser alternativa em último caso”, completou Renato da Fonseca, gerente de pesquisa da entidade.

Entre os 13 serviços analisados, a saúde e a segurança têm as piores avaliações, com 20 e 22 pontos, respectivamente. Na escala, valores superiores a 50 mostram que a parcela da população que considera o serviço de alta ou muito alta qualidade é maior do que a parcela que considera o serviço de baixa ou muito baixa qualidade.

Os que tiveram a melhor avaliação foram o fornecimento de energia elétrica e os Correios, com 48 e 46 pontos, respectivamente. Entre os 13 serviços avaliados, seis tiveram queda em relação à pesquisa anterior, realizada em julho de 2013.

Realizado em parceria com o Ibope, o levantamento entrevistou 2.002 pessoas em 143 municípios entre os dias 17 e 20 de março.

//e.infogr.am/js/embed.js?cs4

Acompanhe tudo sobre:CNI – Confederação Nacional da IndústriaCPMFIbopeImpostosMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso

Chuvas fortes no Nordeste, ventos no Sul e calor em SP: veja a previsão do tempo para a semana

Moraes deve encaminhar esta semana o relatório sobre tentativa de golpe à PGR