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Maioria do PDT defende expulsão de Tabata e outros "rebeldes"

Deputada e outros sete integrantes do partido que votaram a favor da reforma da Previdência enfrentarão processo na Comissão de Ética da legenda

Tabata Amaral: deputada tem sido criticada por apoiar reforma da Previdência (Will Shutter/Agência Câmara)

Tabata Amaral: deputada tem sido criticada por apoiar reforma da Previdência (Will Shutter/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de julho de 2019 às 17h07.

O PDT divulgou nesta sexta-feira, 12, em sua página na internet e em redes sociais, um vídeo da convenção do partido, em 18 de março, que aprovou o fechamento de questão contra a reforma da Previdência apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro. A deputada Tabata Amaral (PDT-SP), que na última quarta votou a favor das mudanças na aposentadoria, estava presente ao encontro realizado em Brasília.

A gravação mostra Tabata, sorridente, ao lado do presidente do PDT, Carlos Lupi, que comandava os trabalhos. Na sequência há um corte na imagem e Lupi aparece perguntando aos convencionais quem era favorável a fechar questão contra a reforma da Previdência. Todos levantaram os crachás e a proposta foi aprovada por unanimidade.

Tabata e outros sete deputados do PDT enfrentarão processo na Comissão de Ética do partido, a partir da próxima quarta-feira, e correm risco de expulsão. Na convenção de março, Lupi chegou a questionar se havia alguém na plateia que gostaria de continuar a discussão sobre o assunto. Ninguém mais se manifestou, nem mesmo Tabata. "Quero registrar (..) que foi aprovado por unanimidade dos presentes o fechamento de questão contra a reforma da Previdência", discursou o presidente do PDT, na ocasião.

Lupi disse nesta sexta que o processo contra Tabata e seus colegas deve demorar de 45 a 60 dias nas instâncias do partido. "Mas todos terão direito de defesa", ressalvou. "Aqui é democracia e tudo o que fazemos é pelo convencimento. Não tem emenda, não tem método não ortodoxo que Bolsonaro disse que ia abolir e está liberando."

Ao ser questionado sobre o argumento, usado por alguns deputados "rebeldes", de que o texto-base aprovado pela Câmara é diferente da proposta original enviada pelo governo, Lupi foi irônico. "Isso está parecendo aquela história do governo, que tirou o bode da sala, o fim do Benefício de Prestação Continuada (BPC), e botou lá uma cama cheia de pregos para o trabalhador deitar", afirmou ele.

O presidente do PDT afirmou, ainda, que "a esmagadora maioria" do partido defende a expulsão de Tabata e dos outros desobedientes, mas não confirmou a punição. A deputada integra o movimento "Acredito", que apoia mudanças na aposentadoria. "Tem gente que já pergunta: mas ela obedece ao Acredito ou ao PDT?", observou Lupi.

Na prática, o PDT teme perder força no Congresso porque há um entendimento em vigor no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) segundo o qual o partido não pode pedir de volta o mandato do parlamentar, mesmo que ele seja expulso. Se os oito deputados que votaram a favor da reforma da Previdência forem defenestrados, o PDT sofrerá importante revés, pois ficará com uma bancada de 19 deputados.

"Estou tentando construir uma saída, mas não posso dar prêmio nem salvo-conduto para quem votou contra uma determinação do partido, aprovada por unanimidade", insistiu Lupi.

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