Brasil

Maioria de domicílios irregulares tem apenas um pavimento

Maioria dos domicílios em aglomerados irregulares do país não tem nenhum espaçamento entre as construções (72,6%) e possui apenas um pavimento, aponta IBGE


	Favela: pesquisa revelou também que 12% dos domicílios brasileiros em aglomerados irregulares ficam às margens de córregos
 (Ricardo Benichio/Veja)

Favela: pesquisa revelou também que 12% dos domicílios brasileiros em aglomerados irregulares ficam às margens de córregos (Ricardo Benichio/Veja)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2013 às 09h26.

Rio de Janeiro – A grande maioria dos domicílios em aglomerados irregulares do país não tem nenhum espaçamento entre as construções (72,6%) e possui apenas um pavimento (64,6%), com destaque para as regiões metropolitanas de Natal e Maceió, onde esse padrão predomina em mais de 90% dos domicílios. Essa e outras informações sobre moradias irregulares – como favelas e invasões, foram divulgadas hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Censo 2010 – Informações Territoriais: Aglomerados Subnormais.

O estudo classifica de aglomerados subnormais o conjunto de, no mínimo, 51 unidades habitacionais carentes de serviços públicos essenciais, em terreno de propriedade pública ou particular, em geral, de forma desordenada ou densa. Segundo a pesquisa, o Brasil tinha em 2010, mais de 3,2 milhões de domicílios particulares permanentes em 6.329 aglomerados.

Nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste foi registrada a predominância de moradias irregulares com apenas um pavimento e espaçamento médio entre si, como quintal ou pequeno terreno dividindo uma casa da outra. Esse padrão foi encontrado em mais de 90% dos domicílios de Rio Branco e de Porto Velho, mais de 80% dos domicílios em regiões de desenvolvimento integrado de Teresina e do Distrito Federal e entorno, e nas regiões metropolitanas de Curitiba, Florianópolis e do Vale do Rio Cuiabá.

As regiões Nordeste e Sudeste, por sua vez, foram as que apresentaram maiores percentuais de domicílios predominantemente sem espaçamento entre si e com dois ou mais pavimentos, sobretudo, nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Ainda segundo o estudo, nessas regiões a maioria das moradias está em áreas não propícias à urbanização regular, como encostas e locais onde o solo possui menor valorização.

A pesquisa revelou também que 12% dos domicílios brasileiros em aglomerados irregulares ficam às margens de córregos, rios ou lagos e lagoas. O Acre se destacou com mais de 90% das moradias em aglomerados nesse tipo de área. A região metropolitana de São Paulo aparece com a maior quantidade absoluta de residências em aglomerados nessa situação (148.608), em uma área de 2.571 hectares. A região também concentra o maior número de moradias precárias em aterros sanitários, lixões e áreas contaminadas (1.984 domicílios), em áreas próximas a gasodutos e oleodutos (2.282), linhas de transmissão (10.816) e em áreas de preservação ambiental (10.213).

Já a região metropolitana do Rio de Janeiro concentra mais domicílios em áreas próximas a ferrovias (7.328) e rodovias (11.909). Na ocupação de praias e dunas, que também é proibida por serem áreas de proteção permanente, destacam-se as regiões metropolitanas de Natal e Fortaleza, com 9.023 e 5.529 domicílios respectivamente.

Acompanhe tudo sobre:Censo 2020EstatísticasFavelasHabitação no BrasilIBGE

Mais de Brasil

Governador gaúcho pede que populações deixem áreas de risco

Defesa Civil alerta para ventos fortes na faixa leste de São Paulo

AGU vai definir estratégia para contestação de derrubada do IOF

'Absurdo atrás de absurdo': irmã de Juliana Marins sobre divulgação de autópsia antes de laudo final