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Maioria das escolas fechadas fica na periferia de SP

Na cidade de São Paulo, apenas nove das fechadas pertencem às diretorias de ensino centrais (centro, centro-oeste e centro-sul)


	Sala de aula: o secretário de Estado da Educação, Herman Voorwald, havia afirmado anteriormente que as escolas que não teriam mais alunos no próximo ano estavam em regiões centrais dos municípios
 (Fengyuan Chang/Thinkstock)

Sala de aula: o secretário de Estado da Educação, Herman Voorwald, havia afirmado anteriormente que as escolas que não teriam mais alunos no próximo ano estavam em regiões centrais dos municípios (Fengyuan Chang/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2015 às 12h50.

São Paulo - Apenas 9 das 25 escolas fechadas na capital paulista pela reorganização escolar estão na área central da cidade.

O secretário de Estado da Educação, Herman Voorwald, havia afirmado anteriormente que as escolas que não teriam mais alunos no próximo ano estavam em regiões centrais dos municípios, tanto na capital como no interior, já que são as áreas com a menor demanda de alunos e maior número de classes ociosas.

O projeto de reestruturação atingiu 94 escolas em todo o Estado e fechou etapas de ensino em 754 unidades para que passem a ter apenas um dos três ciclos - fundamentais 1, 2 ou médio - em 2016.

O argumento do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é de que há espaços ociosos na rede e, ao reorganizá-la, é possível melhorar a qualidade do ensino com escolas de ciclo único.

Na cidade de São Paulo, apenas nove das fechadas pertencem às diretorias de ensino centrais (centro, centro-oeste e centro-sul).

As outras 16 são de áreas periféricas, como a Escola Professor Antonio de Oliveira, na zona leste.

A unidade também já tem apenas um ciclo, o fundamental 1 (do 1.º ao 5.º ano) e, segundo funcionários, acolhe turmas em seis das dez salas.

"Sempre tivemos bom desempenho nas avaliações, 98% dos alunos se alfabetizam nos primeiros anos.

E a unidade tem toda a estrutura para os alunos menores, com biblioteca, brinquedoteca, paredes coloridas.

É um desperdício perder uma escola como essa e colocá-los em qualquer lugar", disse uma professora, que pediu para não ser identificada.

A Escola Mary Moraes, na zona sul, também só atende alunos do 1.º ciclo da região de Paraisópolis. Para o diretor Eduardo Paulo Berardi Junior, a reestruturação pode dificultar o acesso de alunos.

"Mesmo que a escola para onde forem esteja a 1,5 km, pode complicar, já que muitos moram longe."

Quando assumiu a direção do colégio, Berardi Junior mudou para uma casa no mesmo bairro para ter mais contato com a comunidade, disse. "Fizemos muitas adaptações para que a escola atendesse melhor as crianças."

A secretaria ainda não detalhou para onde os alunos de escolas fechadas serão transferidos. Mas informou que os colégios fechados na capital estão "consideravelmente ociosos".

"Possuem atualmente 13 mil alunos matriculados, mas têm capacidade para 31,6 mil estudantes, o que representa 58,8% de ociosidade", disse em nota.

As 94 unidades "disponibilizadas" terão os prédios repassados às prefeituras, para abrigar creches, ou ao Centro Paula Souza, para escolas técnicas ou faculdades de tecnologia.

Protesto

Nesta quinta-feira, 29, professores e alunos fizeram mais uma manifestação contra a reorganização e o fechamento das escolas.

Segundo a Apeoesp, sindicato dos professores, 50 mil pessoas participaram do ato que saiu da Avenida Paulista e foi até a Praça da República, sede da Secretaria de Educação. A PM não fez estimativa de manifestantes.

Para a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, a divulgação da lista de escolas mostrou que o argumento do governo de que quer melhorar a qualidade é "enganação".

"Tudo indica que essa reforma é só para reduzir custos, não tem por que fechar essas escolas", completou o secretário do sindicato, Leandro de Oliveira.

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