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Mais acusações estão por vir, diz procurador da Lava Jato

Segundo o procurador da República Deltan Martinazzo Dallagnol, é possível que as investigações ultrapassem os limites da Petrobras.

Operação Lava Jato PF Polícia Federal (Divulgação / Polícia Federal)

Operação Lava Jato PF Polícia Federal (Divulgação / Polícia Federal)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 16 de março de 2015 às 09h44.

São Paulo –Um ano após o início da Operação Lava Jato, em março de 2014, o procurador da República Deltan Martinazzo Dallagnol, coordenador da ação, afirma que as investigações continuam e que há suspeitas contra “vários outros funcionários” da Petrobras.

“As investigações estão em pleno desenvolvimento e a maior parte das acusações ainda está por vir”, afirmou Dallagnol em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

Nesta segunda-feira, a Lava Jato entrou em sua décima fase, com a prisão do ex-diretor da Petrobras Renato Duque. A operação investiga esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na estatal.

Segundo Dallagnol disse ao Estado, é possível que as investigações ultrapassem os limites da Petrobras. “Há informações segundo as quais a corrupção no Brasil é endêmica”, disse o procurador.

Para o o procurador, é fundamental que haja uma punição firme para os crimes de corrupção. “Caso as empresas sejam isentadas de penalidades, eu não acredito que o susto será suficiente para forçar uma reorganização. Há evidências de que em 2014, quando a Lava Jato já estava em pleno andamento, práticas corruptas continuaram”, disse.

Na entrevista, Dallagnol afirmou ainda que as punições existentes hoje não são efetivas. “Se eu pego meu filho me desobedecendo e digo que ele será punido daqui a mais de 10 anos, a punição passa a não ter efeito dissuasório nenhum. Essa punição atrasada acontece no Brasil em relação aos criminosos de colarinho branco que, por terem acesso a habilidosos e caros advogados, manejam uma infinidade de recursos que têm demorado mais de dez anos para serem julgados”, disse.

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