Dengue: com pico de casos, crianças a adolescentes serão os primeiros a se vacinar. (d3sign/Getty Images)
Redatora
Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 07h14.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 13h51.
As doses da vacina contra a dengue devem começar a ser distribuídas a estados e municípios na semana que vem pelo SUS (Sistema Único de Saúde), segundo Nísia Trindade, ministra da saúde. Mas apenas pessoas entre 4 e 60 anos têm indicação para tomar o imunizante.
Isso acontece por uma questão regulatória. A vacina Qdenga, da farmacêutica Takeda, incorporada ao calendário de vacinação brasileiro, foi criada a partir de um estudo com 28 mil pessoas, de 1,5 a 60 anos, de 13 países.
Por isso, por questões regulatórias, se a fabricante ainda não testou a vacina para essa faixa etária e, portanto, não pode apresentar testes que mostrem a eficácia para o grupo de idade, ele não vai constar nas indicações da bula. Já para as crianças menores de 4 anos, o motivo é outro: apesar de terem participado dos estudos, o imunizante não representou aumento significativo de proteção para essa faixa etária.
A QDenga tem eficácia de 80,2% na prevenção da dengue, e foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em março do ano passado, e já está disponível na rede de saúde particular. Com o pico dos casos de dengue no país, a vacinação pelo sistema público vai cuidar, inicialmente, de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, a partir de fevereiro.
Na última quarta-feira, 31, o imunizante contra dengue desenvolvido pelo Instituto Butantan teve sua eficácia comprovada. Em estudo publicado na New England Journal of Medicine, foi apresentada eficácia geral de 79,6% e, com isso, a instituição pode pedir registro da vacina à Anvisa ainda em 2024. Assim como o produto da Takeda, a vacina do Butantan não foi testada em maiores de 60 anos e, por isso, também não deve trazer a indicação em sua bula.