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Maioria dos alunos das federais é negra e veio de escola pública

O novo perfil dos estudantes, se deu principalmente, de acordo com a Andifes, com a Lei de Cotas (Lei 12.711/12)

Manifestação em São Paulo: no dia 15, estudantes foram às ruas contra as decisões do governo Bolsonaro (Amanda Perobelli/Reuters)

Manifestação em São Paulo: no dia 15, estudantes foram às ruas contra as decisões do governo Bolsonaro (Amanda Perobelli/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de maio de 2019 às 06h19.

Última atualização em 17 de maio de 2019 às 16h11.

Brasília — A maior parte dos estudantes das universidades federais não está entre a parcela mais rica da população brasileira (70,2%) e é negra (51,2%), de acordo com pesquisa apresentada nesta quinta-feira (16) pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Esses estudantes são de famílias com renda mensal de até 1,5 salário mínimo per capita, ou seja, R$ 1.431, no valor de 2018, quando a pesquisa foi realizada. O estudo mostra que o percentual de estudantes nessa faixa de renda era, em 2003, 42,8%.

Além disso, de acordo com a pesquisa, 60,4% dos estudantes das instituições federais de ensino superior cursaram todo o ensino médio em escolas públicas. Em 2003, esse percentual era 37,5%.

"Os dados desmistificam qualquer tipo de informação que as universidades hoje são majoritariamente da elite econômica, que poderia sustentar parte dos gastos das instituições", disse o presidente da Andifes, Reinaldo Centoducatte.

Lei de Cotas

O novo perfil dos estudantes, se deu principalmente, de acordo com a Andifes, com a Lei de Cotas (Lei 12.711/12), que estabelece que 50% das vagas das universidades federais e das instituições federais de ensino técnico de nível médio devem ser reservadas a estudantes de escolas públicas.

Dentro da lei, há a reserva de vagas para pretos, pardos e indígenas, de acordo com a porcentagem dessas populações nas unidades federativas.

Com isso, o percentual de estudantes negros chegou a 51,2% do total de estudantes, número mais que triplicou desde 2003.

O número de estudantes indígenas que vivem em aldeias duplicou entre 2014 e 2018, passando a representar 0,4% dos estudantes das universidades federais. Os indígenas não aldeados são 0,5%.

A ampliação do acesso demandou também assistência estudantil, de acordo com a Andifes. Atualmente, 30% dos estudantes são beneficiados pelo Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), recebendo desde bolsas de estudo, até auxílio na alimentação, transporte e hospedagem.

A assistência, de acordo com a diretoria da Andifes, ainda está aquém do atendimento a todo o público que precisa dela.

Pesquisa

A pesquisa foi feita em 63 universidades federais nas cinco regiões do país e em dois centros federais de Educação Tecnológica (Cefets), em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Os dados foram coletados entre fevereiro a junho de 2018.

Ao todo, pouco mais de um terço dos estudantes dessas instituições, 35,34%, responderam aos questionários. As informações foram coletadas pela internet.

Veja a pesquisa na íntegra

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