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Maior greve da história dos Correios chega ao fim nesta terça

Depois de 35 dias de paralisação, funcionários da estatal retomam a atividade em função de decisão do tribunal do trabalho

Depois de 35 dia de greve, funcionários dos Correios voltam a trabalhar nesta terça (FENTECT/Divulgação)

Depois de 35 dia de greve, funcionários dos Correios voltam a trabalhar nesta terça (FENTECT/Divulgação)

CA

Carla Aranha

Publicado em 22 de setembro de 2020 às 17h23.

Com a determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de que os funcionários dos Correios retornem às suas funções, 92,7% efetivo está trabalhando normalmente nesta terça, dia 22, segundo informações da empresa. A greve, que durou 35 dias, foi julgada nesta segunda, 21, pelo TST. Foi a mais longa paralisação dos Correios. 

Os ministros do tribunal do trabalho deliberaram que, caso a ordem de encerrar a greve não fosse cumprida, os sindicatos precisariam arcar com uma multa de 100 mil reais por dia.

Foi concedido reajuste salarial de 2,6% e a exclusão de 50 das mais de 70 cláusulas estabelecidas no acordo coletivo firmado com a direção da estatal no ano passado, entre elas o vale-refeição extra no final do ano e a licença-maternidade de 180 dias. A empresa alega que, em função da pandemia, não poderia fazer frente a gastos que geriam gerados com o restante das cláusulas trabalhistas do acordo coletivo.

Os sindicatos da categoria realizaram assembleias nesta segunda à noite para debater a decisão do TST. Nesta terça, os advogados dos representantes dos trabalhadores seguem reunidos para deliberar se entram com recurso contra a decisão do tribunal. A maioria dos grevistas, no entanto, concordou em voltar às atividades nesta terça, suspendendo a paralisação.

A categoria também é contra a privatização dos Correios. "A empresa é um patrimônio nacional que não pode ser vendido", diz José Aparecido Gandara, presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect).

O processo de desestatização já começou, segundo os Correios. Os estudos necessários para a definição dos termos da privatização deverão ficar prontos até novembro, quando também deverá ser enviado ao Congresso o projeto de lei com as normas da venda da estatal. 

Cerca de 40% dos brasileiros apoiam a privatização da empresa, segundo uma pesquisa EXAME/IDEIA, enquanto uma minoria se diz favorável à desestatização de outras empresas públicas como a Petrobras e a Caixa Econômica Federal.

Os Correios foram o pivô da crise do mensalão, em 2005. Em agosto deste ano, a Operação Postal II, da Polícia Federal, revelou indícios de fraudes de 94 milhões de reais na estatal. 

A população também se ressentiu dos efeitos da greve. Com a paralisação, as reclamações dos consumidores em relação ao atraso das entregas aumentou mais de 400%. Ainda não há informações sobre o prazo para a normalização do serviço.

 

 

 

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