Brasil

Maia rebate falas de Bolsonaro sobre covid-19 e relação com os EUA

O presidente da Câmara usou o Twitter para comentar uma série de declarações polêmicas feitas pelo presidente, nesta terça-feira (10)

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (Adriano Machado/Reuters)

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (Adriano Machado/Reuters)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 10 de novembro de 2020 às 21h12.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), rebateu falas polêmicas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, nesta terça-feira, 10. Após o chefe do Executivo ter dito que o Brasil precisa deixar de ser um "país de maricas" e enfrentar a pandemia, Maia prestou solidariedade "a todos os parentes e amigos de vítimas da covid-19", no Twitter, e mencionou responsabilidade fiscal e compromisso com a vacina contra o novo coronavírus. Mais de 162 mil pessoas morreram vítimas da doença em território nacional.

“Entre pólvora, maricas e o risco à hiperinflação, temos mais de 160 mil mortos no país, uma economia frágil e um estado às escuras. Em nome da Câmara dos Deputados, reafirmo o nosso compromisso com a vacina, a independência dos órgãos reguladores e com a responsabilidade fiscal”, escreveu Maia, na rede social, após a repercussão das falas de Bolsonaro. “E a todos os parentes e amigos de vítimas da covid-19 a nossa solidariedade”, continuou o presidente da Câmara.

As publicações de Maia vêm em resposta a declarações de Bolsonaro feitas ao longo do dia. Ao mencionar pólvora, o deputado remete à fala do presidente em evento no Palácio do Planalto, sobre a possibilidade de que os Estados Unidos apliquem sanções econômicas ao Brasil, se o país não atuar com mais força no combate ao desmatamento na Amazônia. Bolsonaro afirmou que "apenas pela diplomacia, não dá". E completou: "Depois que acabar a saliva, tem que ter pólvora".

No evento, o presidente também disse lamentar o número de mortos pela covid-19, mas ressaltou que "todos nós vamos morrer um dia". Segundo ele, "tudo agora é pandemia", e é preciso "acabar esse negócio". Bolsonaro também afirmou que a pandemia foi "superdimensionada" e antecipou que as manchetes, amanhã, seriam sobre ele "não ter sentimento com quem morreu", disse. "Tenho sentimento com todos que morreram, mas (foi) superdimensionado", reforçou.

Mais cedo, também nesta terça, o presidente comemorou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de interromper o estudo clínico da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Butantan. Bolsonaro escreveu, no Twitter: "Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha".

 

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusJair BolsonaroJoe BidenRodrigo Maiavacina contra coronavírus

Mais de Brasil

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil

Justiça Eleitoral condena Marçal por abuso de poder e o declara inelegível

Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

ViaMobilidade investirá R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9 para reduzir intervalos e reformar estações