Rodrigo Maia: "Aceito ser o candidato do equilíbrio, da responsabilidade e da solidariedade" (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 8 de março de 2018 às 15h49.
Brasília - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), lançou-se nesta quinta-feira à corrida presidencial com o discurso de que deseja ser o candidato daqueles que querem a "renovação na política" e da mudança sem "radicalismos e populismos irresponsáveis".
Durante convenção do DEM que elegeu a nova Executiva do partido, Maia fez um discurso de 20 minutos no qual buscou se colocar como um nome conciliador, que conversa com as mais diversas forças políticas.
"Aceito o desafio de ser o candidato da mudança, sem populismos irresponsáveis, sem radicalismos, sem teses fáceis e sem demagogia, sem o antagonismo atrasado, retrógrado, ultrapassado entre direita e esquerda", disse. "Aceito ser o candidato do equilíbrio, da responsabilidade e da solidariedade", acrescentou.
"Será preciso ter coragem para contrariar interesses quando necessário, coragem para chegar no Brasil real, o Brasil das pessoas que trabalham, o Brasil das empresas que produzem", disse. "Será preciso ter coragem e firmeza para vencer o Brasil do faz de conta, o país doente, dominado por um Estado atrasado, antigo e ineficiente."
O deputado ignorou em seu pronunciamento o governo do presidente Michel Temer. Logo após o fim da convenção, em rápida entrevista coletiva, ele disse que o presidente busca um candidato que defenda o legado de seu governo, enquanto ele busca construir uma candidatura olhando para o futuro.
"A obrigação de defender o legado é do governo, não é obrigação da minha candidatura. A minha candidatura quer representar um projeto para o futuro", disse.
Maia afirmou, em seu discurso, que será um candidato que saberá ouvir e dialogar com todos, para construir um projeto consistente para o país.
"Serei candidato a mudar o Brasil, um candidato que saberá ouvir a todos, dialogar com todas as correntes de pensamento", disse. "Porque nossa tarefa passa a ser construir, até as convenções partidárias, um projeto consistente e viável para o Brasil", acrescentou.
Apesar de aparecer com 1 por cento das intenções de voto na pesquisa Datafolha do final de janeiro, o deputado procurou ressaltar que sua candidatura é para valer, e disse estar certo de que estará no segundo turno das eleições de outubro.
"A minha candidatura vai decolar... não tem plano B... eu estou no segundo turno, com certeza", disse a jornalistas.
Antes de Maia, o novo presidente do DEM e prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, disse que as prioridades do partido são refundar o Estado brasileiro em bases mais realistas e mais racionais e debater as imperfeições dos Poderes da República. Além disso, o DEM que mudar o atual sistema político-partidário para "revigorar a democracia".
"Pregamos a eficiência máxima do gasto público para que os recursos direcionados ao bem-estar da população não sejam desperdiçados", disse ACM Neto no discurso que lançou Maia como pré-candidato do partido.
"Vamos Incentivar a economia e apoiar os setores produtivos, não porque somos submissos ao chamado mercado, como alguns pensam de forma equivocada e preconcenituosa, mas sim porque essa é a melhor maneira de gerar riquezas e levar bem-estar aos que mais precisam", acrescentou.
ACM defendeu a redução grativa da carga tributária conforme diminuir o custo da máquina governamental e uma rediscussão do pacto federativo que não fique apenas no papel.
"Hoje estamos aqui mais fortes do que nunca. Foi assim que nos transformamos no (partido) mais coerente, aguerrido e moderno do centro democrático nacional", disse.
A convenção do DEM, que lançou a pré-candidatura de Maia, contou com a presença de representantes de vários partidos, como os presidentes do MDB, senador Romero Jucá (RR), do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), do PP, senador Ciro Nogueira (PI), do PSC, Pastor Everaldo, e parlamentares do PSDB, PPS e do MDB.
"Vejo a posição dos Democratas ao lançar o nome de Rodrigo Maia uma contribuição importante para o debate e para os trabalhos que temos de construir", disse Jucá.