Denúncia: Maia disse que quer votar o texto "o mais rápido possível, mas respeitado o regimento" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de setembro de 2017 às 08h02.
Brasília - O presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, afirmou que acredita que a votação da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer será concluída em outubro.
"Tem o feriado de 12 de outubro. Tem de esperar para ver quando o texto sai da comissão. Dependendo do dia, pode votar antes ou depois do feriado. Mas durante o mês de outubro certamente esta matéria estará resolvida", afirmou, após participar de comemoração da data nacional do Chile, na noite desta quarta-feira, 20, na embaixada do país.
Maia, que reassume hoje a presidência da Câmara, com o fim da viagem de Michel Temer a Nova York, disse que quer votar o texto "o mais rápido possível, mas respeitado o regimento".
O parlamentar considera importante que "a gente possa avançar nesta pauta", que reconheceu que atrasou a votação das reformas no Congresso.
Sobre o processo em si, ele pretende não opinar. "Eu vou ficar bem distante desse assunto. Não vou conversar com deputado ou emitir opinião porque, na primeira denúncia, minha opinião foi mal interpretada pelo Palácio do Planalto", disse. "As vozes do Palácio agora terão o meu silêncio absoluto. Nenhuma opinião. Nem contra, nem a favor."
Os prazos estimados por Maia levam em conta o trâmite da votação da denúncia anterior, na qual Temer não usou todo o prazo da defesa. "O presidente tem até dez sessões para apresentar a defesa. O relator tem até cinco sessões, a comissão vota, 48 horas depois o plenário estará pronto para votar da mesma forma, um a um no microfone", afirmou Maia.
O presidente em exercício eximiu ainda a Câmara dos Deputados de ser responsável pelo atraso da votação das reformas no Congresso.
"Quero deixar claro que o atraso na votação das reformas não é culpa da Câmara dos Deputados. Nós não temos responsabilidade pela denúncia. Hoje, alguns ministros falaram do atraso. Mas o atraso infelizmente aconteceu. Nós, aqui, temos de cumprir nosso papel. Não pode o presidente estar denunciado e ficar esse processo esperando", observou.