MICHEL TEMER: leitura da segunda denúncia contra o presidente deve acontecer nesta segunda-feira na Câmara / Fred Dufour/ Reuters (Fred Dufour/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2017 às 06h54.
Última atualização em 2 de outubro de 2017 às 07h24.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) quer imprimir um ritmo mais rápido na segunda denúncia contra o presidente Michel Temer do que teve a primeira.
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Ele disse na última semana que pretende votá-la em Plenário até o dia 23 de outubro. Para que isso se torne realidade, os acontecimentos desta semana na Comissão de Constituição e Justiça precisam colaborar.
Para começar, ainda há indecisão quanto ao relator do texto. O escolhido, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que voltou favoravelmente ao presidente na primeira denúncia, sofre pressão de integrantes de seu partido para abrir mão do posto.
Algumas das principais lideranças tucanas não querem Andrada como relator da denúncia para evitar um agravamento da divisão interna do partido.
O presidente interino da legenda, Tasso Jereissati (CE), ligou para o deputado e marcou uma conversa para hoje pela manhã para tentar influenciá-lo a uma mudança de postura.
O relator diz que não abdicará da relatoria. Também existe a possibilidade de que o líder do partido na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), retire Andrada da comissão, o que forçaria a mudança do relator.
A saída é vista como mais problemática, já que ao invés de resolver internamente o problema do partido, ela acabaria expondo a rachadura ainda mais. Alguns tucanos estão irritados e dizem que Temer está tentando interferir para rachar ainda mais o partido.
No sábado, em sucessivas reuniões no Jaburu, Temer bateu o martelo e disse que quer que Bonifácio permaneça como relator da denúncia, escancarando como o caso é surreal – o próprio denunciado decide quem decidirá seu futuro. Ontem, Bonifácio disse que as tentativas de retirá-lo da relatoria não o atingem.
“Esse vozerio de ordem político-partidária, isso existe, mas em mim não atinge nada. A única coisa com que tenho vinculações é com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, que foi quem me nomeou”, afirmou ao portal G1.
A tramitação da primeira denúncia durou 35 dias. Se conseguir votar em até dia 23, como quer, a segunda denúncia terá sido concluída em apenas 28 dias e Maia será vitorioso. Uma semana a menos com a pauta travada pode ser fundamental para a aprovação da reforma da Previdência, por exemplo.
Na sexta, o presidente da Câmara já avisou que essa reforma será menor do que “gostariam” e tem dito que, se não for aprovada até novembro, dificilmente será. Sendo assim, cada dia ganho conta.