Rodrigo Maia, o presidente da Câmara (Cristiano Mariz/VEJA)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de fevereiro de 2019 às 15h13.
Última atualização em 15 de fevereiro de 2019 às 16h06.
Brasília - Em turnê pelos Estados para debater reformas econômicas com governadores, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender a capacidade de articulação do ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, e sinalizou que, caso o governo demore a resolver a questão, há risco para a reforma da Previdência.
"Tem de ter uma solução, não pode postergar. Isso sim pode atrapalhar", disse Maia ao ser questionado se a crise atrapalhava sua prioridade número um.
O embate entre o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, e o ministro Bebianno jogou o Planalto em sua pior crise nos 44 dias de governo. "[a crise] Não é bom, o governo mal chegou. Já está com uma crise desse tamanho. Espero que o governo resolva isso de forma bem madura e que o presidente tome a decisão que tiver que tomar, é um direito dele", disse Maia sobre a situação.
Eleito pelo mercado e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como o articulador da reforma, Maia voltou a afirmar que vai se encontrar com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, no fim de semana para debater a matéria.
"Vou dar a minha opinião sobre alguns temas que a gente precisa ter cuidado no encaminhamento à Câmara dos Deputados. Aposentadoria rural, Benefício de Prestação Continuada (BPC), são temas que para fazer qualquer mudança tem de ser muito bem pensado e muito bem explicado", disse.
Ele voltou a defender a necessidade de se aprovar prioritariamente a reforma da Previdência como uma forma também de ajudar os Estados saírem das crises econômicas em que se encontram. "Se você não fizer a reforma que organiza despesas primeiro, na hora que for fazer a reforma tributária vai acabar sendo mais receita para o Estado e mais prejuízo para a sociedade", disse.
Ainda em Curitiba, Maia já pautou para a próxima semana a votação de todos os destaques do projeto sobre cadastro positivo, de interesse do Banco Central. O projeto (PLP 441/17) torna obrigatória a inclusão de consumidores e empresas no cadastro. Os deputados já aprovaram o texto-base da medida no ano passado, mas ainda falta concluir os destaques.