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Maia pode apresentar texto da Previdência com ajustes, diz Marun

O governo quer aprovar o relatório ainda nesta semana na comissão e previu que há chances de a votação ser concluída já amanhã

Carlos Marun: o deputado justificou que, apesar do apelo de alguns líderes da base aliada para adiar a votação, o governo decidiu votar o parecer no colegiado já nesta semana (Ueslei Marcelino/Reuters)

Carlos Marun: o deputado justificou que, apesar do apelo de alguns líderes da base aliada para adiar a votação, o governo decidiu votar o parecer no colegiado já nesta semana (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de maio de 2017 às 16h28.

Última atualização em 2 de maio de 2017 às 17h11.

Brasília - O presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), admitiu na tarde desta terça-feira (2) que o relator da proposta, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), poderá apresentar um novo parecer nesta quarta-feira (3) quando está marcado o início da votação do relatório no colegiado.

O peemedebista afirmou que o governo quer aprovar o relatório ainda nesta semana na comissão e previu que há chances de a votação ser concluída já amanhã.

Marun justificou que, apesar do apelo de alguns líderes da base aliada para adiar a votação, o governo decidiu votar o parecer no colegiado já nesta semana por dois motivos.

Primeiro porque já tem certeza de que tem maioria para aprovar a reforma na comissão.

"Temos absoluta segurança de que temos maioria", declarou. Segundo, acrescentou, porque quer que os esclarecimentos que ainda precisam ser feitos para população e deputados sejam realizados com base em um texto já aprovado, "e não baseado em uma hipótese".

"Por isso, até como estratégia, entendemos que é pertinente aprovarmos agora esse texto, o texto que o relator amanhã vai apresentar na comissão, porque, a partir daí, temos uma coisa concreta", disse.

Questionado que novo texto seria esse, Marun respondeu.

"A base do texto é a mesma. Pode ser que, nesse meio tempo, se evidencie que alguma situação passou desapercebida pelo próprio relator e, amanhã, ele pode, ele tem essa prerrogativa de ver alguma situação ajustada no texto".

O presidente da comissão especial afirmou que não discutiu especificamente com o relator quais mudanças poderão ser feitas no parecer.

"Não discuti com ele especificamente se existe alguma questão que pode ser posta, mas pode. É prerrogativa do relator, após a discussão, incorporar algo que foi discutido no texto", declarou. Ele disse não existir a "mínima previsão" de adiar a votação do parecer na comissão para a próxima semana.

Marun ressaltou que o governo já tem maioria para aprovar o texto na comissão, mas disse que, pessoalmente, gostaria que o relatório fosse aprovado por pelo menos 3/5 dos 36 integrantes do colegiado, ou seja, por pelo menos 22 deputados.

Os 3/5 são significativos, porque é o mesmo porcentual exigido para aprovar a matéria no plenário. Nesse caso, porém, são 3/5 dos 513 deputados, o equivalente a 308 votos favoráveis.

O peemedebista admitiu que há uma "preocupação" do governo em conseguir esses votos.

Logo após a entrevista à imprensa, o presidente da comissão especial foi abordado por servidores públicos da Câmara, que pedem condições mais brandas de aposentadoria para o funcionalismo público.

Marun chegou a conversar com alguns deles, mas logo entrou na sala da comissão.

Os servidores seguem do lado de fora protestando, com palavras de ordem como "quem votar (contra a reforma) não vai voltar (para a Câmara)".

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