Brasil

Maia lança observatório para acompanhar intervenção no Rio

A ideia é acompanhar de perto a intervenção federal, dando transparência aos dados que serão produzidos pelo Exército

Maia: o deputado disse que "é muito perigoso criticar a operação no seu início" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Maia: o deputado disse que "é muito perigoso criticar a operação no seu início" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de fevereiro de 2018 às 14h16.

Rio - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, lançou neste sábado, 24, no Rio de Janeiro, para prefeitos, secretários e políticos do Estado, o Observatório Legislativo da Intervenção Federal da Segurança Pública do Estado do Rio.

A ideia é acompanhar de perto a intervenção decretada no dia 16 de fevereiro, dando transparência aos dados que serão produzidos pelo Exército, como prisões e operações, e acompanhando o orçamento destinado.

"O planejamento (da intervenção) ainda está sendo elaborado. Queremos que saia o mais rápido possível, porque não podemos ficar nesse limbo, de ter a intervenção, mas não ter o planejamento", disse Maia ao encerrar o evento que lotou o auditório de um hotel na zona sul do Rio.

Perguntado se a ação realizada pelo Exército na sexta-feira, 23, de fotografar e fichar os moradores de três favelas do Rio, não seria um abuso contra os direitos humanos, Maia se esquivou dizendo que "é muito perigoso criticar a operação no seu início", mas afirmou que assim que o Observatório for instalado, na próxima quinta-feira (1º de março), as ações da intervenção serão analisadas e se tiver havido abuso, "a denúncia será encaminhada para órgãos competentes".

Ele afirmou que o Estado "não está sofrendo um momento de restrição de direitos" e que a população "acha positiva a intervenção". "Não é ele (Estado) que impede o direito de ir e vir delas (pessoas), é o tráfico", concluiu.

Mais cedo, a deputada Jandira Feghali (PCdoB) afirmou que políticos fluminenses vão formar também uma Comissão Externa para fiscalizar a intervenção, e criticou o comportamento do Exército até o momento.

"Não tem planejamento, o decreto (da intervenção) é um cheque em branco para as Forças Armadas, vamos acompanhar e denunciar qualquer abuso", disse a jornalistas.

Rodrigo Maia não soube informar quantas pessoas formarão o Observatório, mas garantiu que será composto apenas por servidores federais, que ficarão sediados no Rio de Janeiro. Além da fiscalização da intervenção, o observatório vai acompanhar também a situação da educação e da saúde do Rio, para diagnosticar como esses setores podem melhorar, evitando que o "jovem vá para o tráfico", nas palavras de Maia.

Acompanhe tudo sobre:ExércitoGoverno TemerRio de JaneiroRodrigo Maia

Mais de Brasil

Defesa Civil alerta para ventos fortes na faixa leste de São Paulo

AGU vai definir estratégia para contestação de derrubada do IOF

'Absurdo atrás de absurdo': irmã de Juliana Marins sobre divulgação de autópsia antes de laudo final

Relembre a história de Juliana Marins, brasileira que morreu após queda no Monte Rinjani