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Maia elogia tom amistoso entre Bolsonaro e Doria em reunião

Presidente da Câmara também defendeu novo momento de articulação política

Rodrigo Maia: "Tem que ter certamente uma coordenação, o presidente da República cumpre esse papel, deve cumprir esse papel, e a partir de hoje, acho que é um bom momento" (Agência Brasil/Agência Brasil)

Rodrigo Maia: "Tem que ter certamente uma coordenação, o presidente da República cumpre esse papel, deve cumprir esse papel, e a partir de hoje, acho que é um bom momento" (Agência Brasil/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 21 de maio de 2020 às 15h45.

Última atualização em 21 de maio de 2020 às 18h54.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), elogiou a postura respeitosa e o tom amistoso entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em videoconferência com governadores sobre projeto de auxílio a Estados e municípios nesta quinta-feira.

Bolsonaro e Doria vinham protagonizando trocas ásperas de declarações, principalmente após tensa reunião no fim de março do presidente com governadores do Sudeste.

"O conflito gerava uma insegurança na sociedade. O gesto dos dois hoje foi um gesto importante", argumentou Maia nesta quinta, após a videoconferência da qual também participou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

"Acho que tanto o presidente e principalmente o governador Doria fizeram um gesto que acho que a sociedade vai aplaudir e vai tranquilizar nesse momento tão difícil", avaliou o presidente da Câmara em entrevista à rádio Bandeirantes.

Maia voltou a defender que haja coordenação e articulação das ações, indicando que esse papel precisa ser cumprido pelo governo federal e pelo presidente da República.

"Tem que ter certamente uma coordenação, o presidente da República cumpre esse papel, deve cumprir esse papel, e a partir de hoje, acho que é um bom momento", disse Maia.

"Acho que é um bom momento para que a gente possa melhorar a articulação, o diálogo, e a partir daí, que todos possam falar a mesma língua."

Bolsonaro vem discordando de governadores principalmente sobre as medidas de isolamento social para frear a disseminação do coronavírus. Mesmo o auxílio aos entes da federação --o projeto prevê, entre outras medidas, o repasse de 60 bilhões de reais em 4 parcelas a Estados e municípios-- provocou rusgas.

Bolsonaro manifestou posição contrária ao isolamento em diversas ocasiões, assim como alguns governadores o adotam como alvo frequente.

Nesta quinta, durante a reunião, o presidente da República anunciou sua intenção de sancionar o projeto de ajuda a Estados e municípios "o mais breve possível", a depender de ajustes técnicos.

As medidas de isolamento social para conter a propagação do coronavírus adotadas por gestores locais, criticadas por Bolsonaro e motivo de atrito frequente entre ele e os governadores, não foram discutidas na reunião desta quinta.

Doria foi também contido nos comentários. Ressaltou a necessidade do veto aos reajustes de servidores públicos e afirmou que "a existência de uma guerra coloca todos em derrota".

Apesar do tom ameno, pouco antes de chegar para a reunião, Bolsonaro havia criticado novamente os governadores. Em conversa com apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada pela manhã, afirmou que era preciso olhar para onde o país estava indo "com essas pessoas", e completou:

"Imaginem uma pessoa do nível dessas autoridades estaduais na Presidência da República, o que teria acontecido com o Brasil já."

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