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Maia elogia novo ministro e diz que Bolsonaro "começa a fazer política"

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, falou sobre recriação do Ministério das Comunicações e a indicação do deputado do centrão

Maia: "Faria é uma boa escolha. É um político que tem uma boa relação" disse o presidente da Câmara (Adriano Machado/Reuters)

Maia: "Faria é uma boa escolha. É um político que tem uma boa relação" disse o presidente da Câmara (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de junho de 2020 às 09h47.

Última atualização em 12 de junho de 2020 às 09h48.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), elogiou ontem a escolha de Fábio Faria (PSD-RN) para o novo Ministério das Comunicações e disse que é preciso "aplaudir" o fato de o presidente Bolsonaro ter começado a "fazer política".

"Faria é uma boa escolha. É um político que tem uma boa relação" disse Maia em entrevista ao site Jota. Para ele, no entanto, o "formato" da escolha não foi o melhor. "Poderia ter feito uma reunião com os presidentes desses partidos", disse.

“Creio ser consenso nossa falha na Comunicação”, disse Bolsonaro ao comentar a recriação do Ministério das Comunicações e a indicação do deputado do centrão.

Tradicionalmente, o responsável pela comunicação social é o chefe da secretaria de comunicação (Secom), e não o ministro das Comunicações. Até agora, Bolsonaro teve dois secretários, mas ambos atuavam sob a sombra do "gabinete do ódio" e dos generais que ocupam a maioria dos cargos no Palácio do Planalto e tentavam controlar essa área também, que tem como missão divulgar os feitos do governo.

A queda de braço fez com que a comunicação do governo ficasse limitada à atuação do "gabinete do ódio" nas redes sociais. O grupo comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) age de forma a atacar ferozmente qualquer adversário do governo, deixando em segundo plano a divulgação sobre as ações dos ministérios.

A mudança, no entanto, não deve mexer com a estrutura do grupo que é ligado diretamente ao gabinete presidencial. Nem mesmo representa uma derrota para o time de Carlos, atualmente alvejado por um inquérito do Supremo Tribunal Federal e pela CPI das Fake News. O movimento foi mesmo um baque para a ala militar. A Secom era subordinada ao general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo.

A troca ocorreu após o chefe da Secom e secretário executivo da nova pasta, Fábio Wajgarten, ser "esvaziado" pelo ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, que montou uma estrutura de comunicação paralela, com militares na função de produzir vídeos, divulgar releases e coordenar entrevistas principalmente sobre o enfrentamento do coronavírus, mas também de outras ações do governo.

Com o rearrajno, pelos menos dois generais deverão perder seus postos: o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, e o presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), também general Luiz Carlos Pereira Gomes.

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