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Maia e líder do governo reúnem-se após rompimento

Maia chegou a afirmar que romperia relações com major Vitor Hugo (PSL) após discussão

Vitor Hugo e Maia já não cultivavam uma relação de amizade, e o presidente da Câmara vinha demonstrando publicamente seu desconforto com ataques do governo (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Vitor Hugo e Maia já não cultivavam uma relação de amizade, e o presidente da Câmara vinha demonstrando publicamente seu desconforto com ataques do governo (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 24 de maio de 2019 às 19h09.

BRASÍLIA (Reuters) — O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), reuniram-se na última quinta-feira, após o rompimento de relações entre os dois no início da semana.

Vitor Hugo e Maia já não cultivavam uma relação de amizade, e o presidente da Câmara vinha demonstrando publicamente seu desconforto com ataques do governo e de seus apoiadores, principalmente em relação ao que chamam de "velha política".

Na terça-feira, no entanto, a tensão entre os dois chegou ao limite, quando Maia aproveitou a reunião do colégio de líderes para dar uma chamada em Vitor Hugo.

O presidente da Câmara, segundo relatos, estava visivelmente irritado com charge divulgada pelo líder do governo em que insinua que o diálogo com o Parlamento envolveria a oferta de dinheiro.

Vitor Hugo teria, então, retrucado e argumentado que desde que assumiu a liderança encontra dificuldades em conversar com o presidente da Câmara, embora não tenha negado a propagação da charge ou pedido desculpas.

Na ocasião, Maia afirmou que estava rompendo relações com o líder, mas que o receberia institucionalmente. O encontro na quinta-feira ocorreu na esteira do episódio.

A relação entre Congresso e o Executivo enfrenta um acirramento, justamente em um momento que o governo precisa do parlamento para ver aprovada a polêmica reforma da Previdência.

A irritação ficou evidente na quarta-feira, quando a Câmara votava a MP dos ministérios e decidiu manter o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Economia, apesar da pressão do governo para transferi-lo para a pasta da Justiça.

A estratégia de fazer uma votação nominal para decidir o tema na tentativa de constranger os parlamentares e a pressão via redes sociais adicionaram ainda mais lenha na fogueira, chegando ao ponto de o líder do DEM na Casa, Elmar Nascimento (BA), fazer um desabafo em plenário, aplaudido por colegas, na noite de quarta-feira, levando a sessão a ser suspensa.

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