Rodrigo Maia (DEM-RJ): "o deputado (Cunha) foi derrotado no Conselho de Ética, na CCJ e, no meu ponto de vista, será derrotado em plenário" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2016 às 23h37.
Em entrevista para o programa Roda Vida, da TV Cultura, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu há pouco que, se pudesse participar da votação sobre o processo de cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), votaria a favor da cassação do seu antecessor no comando no Casa. Por ser presidente da Câmara, Maia não pode votar.
"O resultado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) provou que a situação dele é muito difícil", afirmou o democrata, em referência à decisão da comissão de rejeitar o retorno do processo de cassação de Cunha ao Conselho de Ética, onde a cassação foi aprovada.
"O deputado (Cunha) foi derrotado no Conselho de Ética, na CCJ e, no meu ponto de vista, será derrotado em plenário", afirmou Maia, que foi eleito na semana passada para concluir o mandato de Cunha à frente da Casa, até janeiro do ano que vem.
Apesar de ter admitido que votaria contra Cunha no plenário da Câmara, Maia reiterou os elogios que fez ao período do peemedebista como presidente da Casa.
"Ele tem problemas, mas naquele momento a Câmara funcionou", argumentou. Maia foi, inclusive, um dos deputados que votaram em Cunha na eleição para presidente da Câmara, no início de 2015, seguido orientação do DEM.
"Você tinha a oportunidade de votar no (candidato do) PT ou no (candidato do) PMDB e nós entendemos que era melhor votar no PMDB", disse.
Antes do programa, Maia sugeriu que deve evitar convocar a votação sobre a cassação do deputado Eduardo Cunha (PDMB-RJ) para o período de campanha das eleições municipais, por medo de que não haja parlamentares suficientes em plenário. "Se não houver quórum, a votação pode ser adiada", disse o democrata. Se houver tempo hábil, ele pretende colocar a votação na pauta antes do início da campanha.
O adiamento da votação poderia ser visto como uma vitória de Cunha. O número mínimo necessário para a realização da votação em plenário é de 257 deputados, de um total de 513.
No entanto, em época de eleição municipal, muitos parlamentares costumam viajar para participar de campanha, seja como candidato a prefeito ou como padrinho político de algum candidato. Os deputados aliados de Cunha poderia usar a campanha como desculpa para faltar à sessão.